sábado, 30 de novembro de 2024
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Paulo Duarte quer menos radicalismo do Ibama no Rio Paraguai

O deputado Estadual Paulo Duarte (PSB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), durante sessão nesta quarta-feira (4), para criticar a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que nenhuma ação de navegabilidade pode ser realizada no Rio Paraguai.

Em uma nota técnica solicitada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes em Mato Grosso do Sul (DNIT/MS) sobre ações que garantam a navegabilidade do rio, para escoamento da produção da região de Corumbá, o Ibama informou que nenhuma ação do tipo poderia ser realizada.

Com uma extensão de 2.700 quilômetros, o Rio Paraguai nasce em Mato Grosso e desemboca na província argentina de Corrientes, após se unir às águas do Rio Paraná. No entanto, ao longo dos anos, sedimentos depositados no leito do rio, de forma natural, prejudicaram a navegabilidade em alguns pontos do rio.

Destacando que “o aspecto ambiental é a pauta principal do século XXI”, o deputado afirmou que é necessário que se trate “a essência dos problemas que estão acontecendo, que são os efeitos das mudanças climáticas, a redução drástica do volume de chuvas, desmatamento feito de forma ilegal e emissão de gases de efeito estufa”, sem “preconceitos ou radicalismos de um lado ou de outro”.

“Quando o IBAMA radicaliza o assunto dessa forma, está condenando Corumbá e o Pantanal ao ostracismo sob o ponto de vista econômico”, afirmou o deputado. “A produção de minério na região é uma realidade. Não tem como escoar toda essa produção somente pela rodovia, simplesmente porque a BR 262 não foi planejada para o tráfego gigantesco de caminhões a que tem sido submetida. De Corumbá a Miranda a BR é um aterro. A estrada não foi preparada para um tráfego intenso. Nossa fauna está morrendo atropelada, estamos perdendo vidas humanas na estrada e a emissão de gases poluentes vem aumentando consideravelmente”, completou.

Duarte ainda reforça que os trabalhos de recuperação do trecho Corumbá (MS)/Bauru (SP) demandam recursos que ultrapassam os R$ 50 bilhões, tornando o rio a única opção viável para o escoamento de produtos da região.

“Portanto, nós temos como única saída a hidrovia, e há uma negativa do IBAMA de simplesmente discutir o tema. Qual é o problema de tratar especificamente de alguns pontos que estão degradados no Rio Paraguai?”, questionou.

O deputado reforçou a necessidade de se punir aqueles que desmatam os leitos dos rios, que usam de queimadas para limpar campos e que exploram a natureza discriminadamente, mas reforçou a necessidade de o Ibama participar da discussão de maneira não preconceituosa.

“É óbvio que não se pode aumentar o calado do rio indiscriminadamente. Mas daí dizer que não se pode fazer absolutamente nada para resolver alguns pontos críticos onde o sedimento se depositou naturalmente é um radicalismo extremo. Precisamos buscar um equilíbrio”, reclamou.

 

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