As regiões produtoras de milho mais afetadas no Paraná com a forte estiagem foram o Oeste e o Noroeste do estado. De acordo com o Deral, 96% da área de 2,5 milhões de hectares está retirada do campo, restando apenas 4% de lavouras mais pontuais e tardias. A produção é inferior às 15 milhões de toneladas estimadas no início da safra, e agora o estado deve colher 12,9 milhões de toneladas, recuo de 9% em relação ao ciclo 22/23.
“Isso se deve principalmente à estiagem e também calor intenso que tivemos no estado em alguns períodos do desenvolvimento das lavouras. Há uma perda no campo, mas de certa forma ainda foi uma boa safra, suprindo a demanda do estado, especialmente as cadeias de suínos e aves, que são grandes usuários de milho. Somadas as duas safras, temos uma disponibilidade superior a 15 milhões de toneladas. Temos, portanto, o abastecimento garantido pelo menos até o início da próxima colheita, que deve ser a partir de janeiro”, explicou Edmar Gervásio, analista do Deral.
Para o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR/PR), a cigarrinha continua dando prejuízo para os produtores, principalmente quando se trata dos desafios fitossanitários, por conta dos poucos materiais disponíveis no mercado, que são eficazes contra o inseto, segundo Raphael Branco, coordenador regional de Curitiba do IDR.
De acordo com a análise do Deral, os preços do milho são favoráveis. A saca de 60 quilos está sendo cotada a R$ 50,00, o que representa um ganho em torno de 12%, em comparação a agosto do ano passado.
Gervásio destaca que o comportamento dos preços no mercado interno e externo está favorável para o Brasil: “Temos uma alta de preços em 12% enquanto no mercado internacional a cotação da commodity na bolsa de Chicago teve queda superior a 15%. Esse preço do mercado doméstico é segurado principalmente pela valorização do dólar registrada nos últimos 40 dias, além do período de entressafra. Ou seja, findando a colheita o milho disponível para a comercialização, ele começa a ficar escasso e os preços, mais elevados”.
“Temos uma alta de preços em 12% enquanto no mercado internacional a cotação da commodity na bolsa de Chicago teve queda superior a 15%.”
Edmar Gervásio, analista do Deral/PR.