MARIO TAMA
A agência de saúde da União Africana, “África CDC”, declarou “uma emergência de saúde pública”, o mais alto nível de alerta, devido à epidemia de mpox que afeta vários países do continente, anunciou o seu diretor, Jean Kaseya, nesta terça-feira (13).
Anteriormente conhecida como varíola dos macacos, a mpox é uma doença viral que se propaga de animais para humanos, mas também é transmitida através do contato físico próximo com uma pessoa infectada com o vírus.
“A mpox já atravessou fronteiras, afetando milhares de pessoas no nosso continente”, disse o presidente do África CDC, Jean Kaseya, em coletiva de imprensa.
“Declaramos a mpox como uma emergência de saúde pública continental”, acrescentou.
Este anúncio, que facilitará o desbloqueio de fundos para o acesso às vacinas e a obtenção de uma resposta continental, ocorre antes da reunião do comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa avaliar se é necessário decretar o alerta internacional de mais alto nível para esta doença.
Um total de 38.465 casos foram registrados em 16 países africanos desde janeiro de 2022, além de 1.456 mortes.
Houve um aumento de 160% de casos em 2024, em comparação com o ano anterior, segundo dados publicados na semana passada pelo África CDC.
O continente enfrenta a propagação de uma nova cepa, detectada na República Democrática do Congo (RDC) em setembro de 2023 e denominada “Clade Ib”, mais mortal e transmissível que as anteriores.
A “Clade Ib” causa erupções cutâneas no corpo, enquanto as cepas anteriores eram caracterizadas por erupções e lesões localizadas na boca, face ou partes genitais.
A mpox foi descoberta em humanos em 1970, onde hoje é a RDC (ex-Zaire), com a disseminação de um subtipo Clade I (cuja nova variante é uma mutação) e era regularmente disseminada através do contato com animais.
Em 2022, uma epidemia global, causada pelo subtipo Clade 2, espalhou-se por uma centena de países e causou cerca de 140 mortes em um total de 90 mil casos.