Na África do Sul, uma iniciativa injetou, na última terça-feira (25), material radioativo
no chifre de rinocerontes para facilitar sua detecção em postos de fronteira e evitar a caça ilegal do animal. O trabalho é liderado por James Larkin, diretor da unidade de radiação e física da saúde na Universidade de Witwatersrand.
A maioria dos rinocerontes do mundo, animais em risco de extinção
, está no país, então ele acaba tendo alta ocorrência de caça ilegal, também chamada de caça furtiva. Os chifres do animal atendem, principalmente, à demanda clandestina na Ásia, onde a medicina tradicional de algumas culturas considera o item como terapêutico e/ou afrodisíaco.
Na região de Waterberg, há um orfanato de rinocerontes chamado Limpopo, no noroeste da África do Sul. Foi ali que as equipes científicas implantaram os chips radioativos
, que tornam os chifres basicamente inúteis aos caçadores, já que ficam impróprios para consumo humano.
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Inserindo radiação nos rinocerontes
Para o procedimento, os rinocerontes são sedados, não sentindo dor alguma. A dose radioativa
é baixa, então não impacta a saúde do animal e nem o meio ambiente. Mesmo com os esforços do ministério do meio ambiente sul-africano, 499 rinocerontes foram mortos em 2023, a maioria em parques ambientais sob tutela governamental — um aumento de 11% em relação a 2022.
First radioactive rhino horns to curb poaching in South Africa https://t.co/JWfbuiyX6Q
pic.twitter.com/Wfv6d4OjQi— ECR_Newswatch (@ECR_Newswatch) June 26, 2024
O projeto está em fase de testes, nos quais 20 dos grandes mamíferos terão radioatividade administrada nos chifres. A iniciativa foi chamada de Rhisotope (um trocadilho com “isótopo” e o “rhino” do inglês), e o principal objetivo é que detectores de radiação
de todo o mundo sejam capazes de detectar os traços implantados.
Postos de fronteira internacionais, em geral, possuem tais detectores, instalados em esforços para evitar terrorismo nuclear
. Além de evitar o contrabando, o trabalho deve impedir a caça para consumo ou para venda com objetivo de consumo com mais eficiência. Anteriormente, já houve esforços de raspar os chifres ou envenená-los, mas, como crescem de volta e perdem o veneno, os animais seguiam sendo caçados.
O material, inserido com furadeira nos chifres, deve durar por cinco anos, e é mais barato do que raspar os chifres a cada 18 meses, quando crescem de volta. Há cerca de 15.000 dos animais vivendo na África do Sul, e o mercado ilegal de seus chifres possui alta demanda — no Vietnã, eles já custaram mais caro do que a cocaína.
Outros projetos já tentaram levar os grandes mamíferos para outras partes da África ou remover os chifres de maneira segura. Os caçadores, ao invés de sedá-los para a retirada, costumam matar os rinocerontes.
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