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Cirurgiões fazem transplante de rim em paciente acordado

Nathan Vieira

Cirurgiões fazem transplante de rim em paciente acordado

Imagine só uma coisa: você está deitado sobre a mesa de cirurgia, os cirurgiões estão mexendo nos seus rins e você está simplesmente acordado durante todo o processo. Foi o que aconteceu com o paciente John Nicholas, de Chicago (EUA). Em vez de usar a anestesia geral normal, os médicos da Northwestern Medicine usaram uma injeção de raquianestesia. Ele recebeu um transplante de rim e teve alta logo no dia seguinte!

Em comunicado, os cirurgiões da Northwestern Medicine estimam que o caso pode forencer a esperança de que o transplante renal acordado possa diminuir alguns dos riscos da anestesia geral
e, ao mesmo tempo, encurtar a internação do paciente.

Isso porque, normalmente, um paciente é hospitalizado por 2 a 3 dias após um transplante de rim. Então no caso dele foi bem mais rápido, já que bastou um dia para que fosse para casa.


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“Dentro da sala de cirurgia, foi uma experiência incrível poder mostrar a um paciente como era seu novo rim antes de colocá-lo no corpo”, diz a equipe em comunicado divulgado pelo hospital.

Segundo a equipe, fazer anestesia para o transplante de rim
acordado foi mais fácil do que muitas cesarianas, e ainda melhorou a experiência do paciente.

“O transplante renal acordado não só pode ajudar os pacientes que apresentam riscos ou fobias à anestesia geral, mas também pode ajudar a reduzir a internação hospitalar para que possam se recuperar mais confortavelmente em casa”, contam os cirurgiões.

Nicholas não tinha fobia à anestesia geral, mas apresentava fatores de risco limitados e ainda demonstrou interesse em fazer parte dessa estreia médica, o que o tornou um forte candidato.

Vale lembrar que ele não sentiu dor em momento algum durante o processo, mesmo estando acordado.

Paciente fica acordado na cirurgia

No comunicado divulgado pelo hospital, Nicholas conta que foi uma experiência positiva saber o que estava acontecendo em tempo real e ter consciência do que estavam fazendo.

“Em determinado momento da cirurgia, lembro-me de ter perguntado: ‘devo esperar que a raquianestesia faça efeito?’ Eles já estavam trabalhando muito e eu estava completamente alheio a esse fato. Na verdade, nenhuma sensação. Recebi um pouco de sedação para meu próprio conforto, mas ainda estava ciente do que eles estavam fazendo. Especialmente quando eles chamaram meu nome e me contaram sobre certos marcos que haviam alcançado”, revela o paciente.

Desde os 16 anos de idade, Nicholas tem problemas renais por causa de uma doença de Crohn (uma inflamação crônica que pode resultar em diarreia e dor abdominal, além de bscessos, fístulas internas e externas e obstruções intestinais).

Paciente John Nicholas e equipe de cirurgiões do Northwestern (Imagem: Divulgação/Northwestern Medicine)

Mas tudo ficou mais intenso a partir de 2022, quando sua função renal diminuiu e ficou claro que ele eventualmente precisaria de um transplante de rim.

O doador foi o melhor amigo de Nicholas. Antes, a ideia era que fosse sua mãe, mas ela foi diagnosticada com câncer de mama.

“Eu estava na cozinha preparando o jantar e John enviou uma mensagem que dizia: ‘meu médico disse que é hora de começar a procurar doadores de rim’. Olhei para o meu telefone e, sem hesitar, preenchi o formulário naquela noite. João é um bom amigo. Ele precisava de um rim e eu tinha um extra. Eu tive que pelo menos cogitar a ideia de ser seu doador”, diz o doador”, Pat Wise.

A ideia do Northwestern Medicine agora é procurar pacientes que precisam de transplante de rim, mas não podem receber anestesia geral. O objetivo é explorar cada vez mais esse novo potencial, que, segundo a equipe, “abre uma porta totalmente nova para o campo do transplante”.

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