O volume de bovinos confinados no Brasil para 2024 deve aumentar em 2,5%, totalizando cerca de 7,379 milhões de cabeças. Esse crescimento reflete a tendência contínua de expansão da pecuária intensiva, que vem ganhando força no país.
Historicamente, a pecuária intensiva aumentou significativamente, com a porcentagem de bovinos confinados subindo de cerca de 12% em 2018 para entre 22% e 25% nos últimos anos, quase dobrando em menos de cinco anos.
De acordo com o pesquisador Thiago Carvalho, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mesmo com a recente queda nos preços da carne bovina devido ao aumento da produção e aos frigoríficos bem abastecidos, o confinamento continua a crescer.
O confinamento, segundo ele, preenche lacunas no mercado e melhora a gestão de risco para os produtores, tornando-se uma estratégia crucial para a sustentabilidade e lucratividade da pecuária de corte.
Carvalho lembra que o confinamento também traz ganhos significativos de produtividade, com os bovinos ganhando quase oito arrobas em 103 dias. Isso permite uma maior produção de carne por animal em menos tempo, desde que haja uma gestão adequada. Para alcançar esses resultados, os produtores devem investir em tecnologia.
A adoção de tecnologias que abrangem genética, nutrição, saúde e treinamento de funcionários é essencial para a rentabilidade. Entre esses fatores, a dieta dos animais é crucial, podendo representar até 70% do custo total de produção em algumas regiões.
Com o preço de insumos como o milho caindo desde abril/maio de 2023, o cenário para o confinamento em 2024 parece promissor, segundo o pesquisador do Cepea.
Esses investimentos e um bom planejamento podem resultar em benefícios significativos, mesmo em um ano de transição e desafios de preço final. O setor se prepara para aproveitar essas oportunidades, reforçando a importância de tecnologias produtivas e gerenciais para otimizar os resultados.