segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

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Adobe sugere que pode acessar conteúdo privado e revolta usuários

André Lourenti Magalhães

Adobe sugere que pode acessar conteúdo privado e revolta usuários

Uma notificação sobre os termos de serviço da Adobe
pegou muitos usuários de surpresa: a empresa afirmou que pode ter acesso a todo o conteúdo criado nos softwares da empresa, como Photoshop e Premiere, a partir de “métodos manuais e automatizados” — o que implica no uso de ferramentas de aprendizado de máquina para coletar informações de arquivos pessoais ou protegidos por acordos de confidencialidade.

Os termos foram atualizados em fevereiro deste ano, mas o caso viralizou recentemente por causa de uma notificação pop-up enviada pelo Adobe Creative Cloud para informar a mudança. Uma publicação do artista Sam Santala no X (antigo Twitter
) com o novo aviso já tem mais de 9 milhões de visualizações na rede e está acompanhada de várias críticas à decisão.

Entenda o caso

A notificação da Adobe avisa que atualizou os termos gerais de uso dos softwares da companhia, com destaque para o trecho “Clarificamos que nós podemos acessar o seu conteúdo por métodos manuais e automatizados, como na análise de conteúdo”. Além disso, a nota reforça as seções 2.2 e 4.1 do texto.

A primeira seção mencionada fala sobre o acesso ao conteúdo criado pelo usuário e diz que a empresa pode “acessar, visualizar ou escutar seu conteúdo por meio de métodos automatizados e manuais, mas apenas de maneiras limitada e somente conforme permitido por lei”.

Além disso, reforça que os sistemas automatizados poderiam analisar os conteúdos com aprendizado de máquina “para aperfeiçoar nossos Serviços e Software e a experiência do usuário”. O trecho deixou muitos usuários confusos sobre a possibilidade de a empresa treinar modelos de IA com o material.

A outra seção em destaque define o que é um conteúdo nas plataformas da Adobe e diz que a empresa tem o direito (mas não a obrigação) de remover qualquer material que viole os termos de serviço. O texto ainda reforça que a companhia não analisa todo o material enviado, mas pode usar “tecnologias disponíveis, fornecedores ou processos, incluindo análise manual, para verificar determinados tipos de conteúdo ilegal”.

Vice-presidente executivo da Adobe respondeu

A Adobe não fez nenhum comentário oficial sobre o caso, mas quem apareceu para apagar o fogo da discussão foi o Vice-presidente Executivo e Chefe de Estratégias da empresa, Scott Belsky.

Em resposta a algumas publicações no X, Belsky disse que “a escolha de palavras do resumo não é clara” e “passou o feedback para a equipe legal” da empresa. Na visão do executivo, os termos de serviço explicam os detalhes da situação, mas a forma em que a notificação pop-up foi escrita abre brecha para essas dúvidas.

Além disso, ele reforçou que a empresa não treina o modelo Firefly GenAI (usado para gerar imagens por IA) com base em conteúdos privados dos usuários, apenas com materiais enviados para a plataforma Adobe Stock.

Scott Belsky ainda comentou que os termos de serviço são similares ao de outras provedoras de software
que possuem recursos de armazenamento em nuvem — a plataforma pode acessar um conteúdo para exibi-lo em pesquisas dentro do próprio Photoshop, por exemplo.

Como impedir que a Adobe analise seu conteúdo

A Adobe ainda oferece uma alternativa para você impedir que a empresa acesse seus conteúdos e use análises por aprendizado de máquina:

  1. Acesse
    account.adobe.com/privacy

    ;
  2. Faça login
    com a conta da Adobe;
  3. Desmarque a opção “Análise de conteúdo”.

A medida afeta todos os softwares da Adobe vinculados à conta do usuário, como o Photoshop ou o Illustrator.

Leia a matéria no Canaltech
.

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