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Vender porções da safra de soja a partir de dezembro é o recomendável, diz estrategista

O produtor de soja de boa parte do Brasil já iniciou ou está prestes a começar o plantio. Já comprados todos os insumos e levantado o custo, já é hora de pensar na comercialização.

O estrategista de comercialização da Sapiens Agro, Anderson Tossani, adverte que não se deve negociar em plena safra, ou seja, quando há um grande volume de grãos chegando ao mesmo tempo no mercado.

“Nesse momento, o produtor já pode olhar os preços que as cooperativas, as trades e os corretores oferecem e calcular a margem. Essa safra 2023/24, juntamente com a 2024/25, são as safras de o produtor pensar na margem e não apenas no preço”.

Assim, com base nesses preços, ele tem a opção de fazer uma venda a termo com entrega futura com ou sem antecipação, garantindo margem neste momento.

Tossani lembra que, considerando a metodologia do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), para custos operacionais totais, a conta não fecha para a safra 2023/24 e nem para o milho safrinha 2024.

Dica para o produtor

De acordo com Tossani, a recomendação é que os produtores comecem a acompanhar o mercado climático a partir de outubro.

“Conforme o andamento do mercado de clima, com a existência ou não de um veranico ou com as chuvas em bom volume para uma boa produção, ele pode ir comercializando porções de sua safra a partir de dezembro para que ele não faça de uma vez em fevereiro, março, abril junto com um grande volume e a gente veja repetindo o mesmo cenário do início desse ano, com os prêmios muito negativos, prejudicando o preço da soja e do milho”

Mecanismos para garantir rentabilidade

O especialista da Sapiens Agro ressalta que o produtor dispõe de, pelo menos, três ferramentas do mercado financeiro para se proteger da variação de preço do que ele produz:

  • Contratos futuros
  • Venda de commodity oferecida por instituições financeiras
  • Opções agropecuárias

“Para mim, a melhor é essa terceira ferramenta. As opções agropecuárias funcionam como um seguro de preço, ou seja, é o preço da soja ou do milho negociado na Bolsa. Nesse mercado, o produtor paga um prêmio para uma contraparte que está na Bolsa. Se o mercado for na direção da proteção que o produtor contratou, o seguro contra queda garante um acerto financeiro. No entanto, se ele comprou esse seguro e o mercado subiu, o risco é limitado ao prêmio que ele pagou por esse seguro”.

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