domingo, 24 de novembro de 2024
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Engenheiro civil deixa a cidade grande para se dedicar à piscicultura em Jaraguari

Aos 56 anos, o engenheiro civil João Carlos Zimpel decidiu deixar o trabalho nos grandes centros urbanos do País, como Rio de Janeiro e Brasília, para viver mais próximo aos familiares, à natureza e desfrutar a experiência de iniciar um novo ofício.

Natural do Rio Grande do Sul, Zimpel veio com a família para Mato Grosso do Sul quando ainda era adolescente, aos 15 anos. Aqui no Estado cursou a primeira faculdade, de engenharia elétrica, se casou e aos 30 anos saiu para trabalhar nos grandes centros urbanos do país. Devido a necessidade de conduzir grandes projetos, também se formou em engenharia civil.

João Carlos Zimpel

Em Brasília trabalhou como consultor de eficiência energética durante quatro anos, depois foi para o Rio de Janeiro onde atuou por mais de dez anos. “Eu trabalhei no projeto do Porto Maravilha, a gente revitalizou toda a área central do Rio de Janeiro, com mais de 500 hectares, a região portuária, construímos um túnel, o Museu do Amanhã, o VLT e revitalizamos uma área degradada da cidade”. Percorrendo com êxito todas essas experiências, ele pediu um afastamento do trabalho e decidiu voltar para Mato Grosso do Sul para ficar mais próximo de seus familiares e da natureza.

“Eu comprei essa propriedade há três anos, foi bem no período da pandemia. Eu tinha um pouco de recurso guardado e pensei em fazer alguma coisa diferente, é como se eu estivesse me reinventando e eu gostei daqui por causa da abundância de água”, relatou.

Ao adquirir a chácara Harmonia, oriunda de projeto de crédito fundiário, João Carlos foi até o escritório da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) de Jaraguari para buscar orientações técnicas antes de iniciar a construção de tanques para piscicultura.

Engenheiro civil deixa a cidade grande para se dedicar à piscicultura em Jaraguari
Engenheiro agrônomo Flávio Renato da Silva

Prontamente, o engenheiro agrônomo Flávio Renato da Silva, especialista na área, iniciou o trabalho de assistência técnica para o desenvolvimento da atividade econômica. “Desde o início da aquisição da propriedade, nós fizemos o diagnóstico da quantidade e qualidade da água, identificamos qual área ele poderia construir os viveiros que hoje já somam nove mil metros quadrados de lâmina d’água”, destacou o agrônomo.

Flávio faz visitas técnicas semanais na área para acompanhar a qualidade da água, o crescimento dos peixes, realizar ajustes na tabela de alimentação, corrigir o ph da água, verificar a temperatura, entre outros ajustes necessários nessa atividade.

Com a orientação da Agraer, o produtor investiu na integração entre piscicultura e bovinocultura de leite. Em uma área de 12 hectares, João Carlos destinou espaço para construção de oito tanques escavados e a plantação do capim Capiaçu, Mombaça e de milho para a alimentação do gado e fabricação de silagem para utilizar nos períodos de escassez de alimento. As áreas plantadas são irrigadas com o reaproveitamento da água dos peixes.

O primeiro povoamento dos tanques gerou uma produção de 18 mil tilápias e dois mil peixes nativos: pintado, pacu, piauçu, matrixâ e carpas. Atualmente as vendas são feitas para pesqueiros e peixarias que buscam os peixes vivos. E já existe demanda de mercado para produção de lambaris para serem utilizadas como iscas-vivas.

Assistência técnica

Os produtores interessados em investir em piscicultura podem ir até o escritório da Agraer em Campo Grande para buscar as orientações. “Nós realizamos o diagnóstico da propriedade e indicamos uma opção rentável para o produtor. As opções variam entre tanque escavado, revestido ou elevado, sempre existe uma indicação de acordo com a necessidade de cada um e a Agraer está aberta a oferecer esse tipo de ajuda”, ressaltou Flávio Renato.

Engenheiro civil deixa a cidade grande para se dedicar à piscicultura em Jaraguari
Propriedade rural recebe apoio e assistência técnica da Agraer

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