Na última quarta-feira (1), um relatório disponbilizado na plataforma Arxiv
revelou o potencial do Med-Gemini — a IA do Google
— para a medicina. Com dados promissores, a tecnologia
(capaz de processar informações de diferentes modalidades, como texto, imagens, vídeos e áudio) promete mudanças expressivas nos diagnósticos
e nas terapias.
O relatório diz que o Med-Gemini ganhou dois novos conjuntos de dados que o ajudam a desenvolver o raciocínio necessário para chegar a um diagnóstico.
O que acontece no cotidiano dos médicos é que eles precisam reunir diversas informações para chegar a um diagnóstico (sintomas, exames, cirurgias anteriores, etc). Ao ganhar acesso à pesquisa baseada na web, a IA do Google
chega a essa conclusão de maneira muito mais rápida e precisa.
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A tecnologia foi treinada a partir de questões projetadas para testar o conhecimento e o raciocínio médico, e agora ganha dois novos conjuntos de dados, descritos no relatório: MedQA-R (raciocínio) e MedQA-RS (raciocínio e pesquisa).
Outra melhoria apresentada no relatório envolve a precisão na tarefa de vasculhar longos registros eletrônicos de saúde — o que tem se mostrado como um verdadeiro desafio para a IA por “N” favores, como erros ortográficos e muitos sinônimos.
IA do Google vasculha registros médicos
Para testar essa habilidade, o Med-Gemini foi exposto a 200 exemplos de registros médicos eletrônicos, que envolviam ao todo 44 pacientes de UTI.
Para se ter uma noção do tamanho dessa árdua batalha para a IA, cada exemplo tinha pelo menos 200 mil palavras — o que equivale ao livro ” Harry Potter
e as Relíquias da Morte”
todinho, então pensa no tamanho do texto!
Primeiro, a Med-Gemini teve que recuperar todas as menções ao problema médico especificado nos extensos registros. Depois, o modelo teve que avaliar a relevância de todas as menções, categorizá-las e concluir se o paciente tinha histórico desse problema, fornecendo um raciocínio claro para sua decisão.
Google just announced Med-Gemini for medical tasks.
It beats GPT-4 on all benchmarks: pic.twitter.com/xT4fJf4Imv
— Alex Banks (@thealexbanks) May 1, 2024
“A excelência numa ampla variedade de aplicações médicas coloca desafios consideráveis à IA, exigindo raciocínio avançado, acesso a conhecimentos médicos atualizados e compreensão de dados multimodais complexos. Os modelos Gemini, com fortes capacidades gerais em raciocínio multimodal e de longo contexto, oferecem possibilidades interessantes na medicina”, diz o resumo do estudo.
Med-Gemini conversa com paciente
Em seguida, os pesquisadores colocaram o Med-Gemini para “conversar” com um paciente sobre um caroço na pele que gerava coceira.
Após solicitar uma imagem, o modelo fez as devidas perguntas de acompanhamento e diagnosticou corretamente a lesão rara, recomendando o que o usuário deveria fazer. Também interpretou uma radiografia de tórax para um médico enquanto ele aguardava o relatório formal do radiologista.
Para resumir, os pesquisadores reconhecem as capacidades de conversação do Med-Gemini-como promissoras, com interações naturais e contínuas entre pessoas, médicos e sistemas de IA. Mas é claro que mais estudos são necessários para essa IA do Google.
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