Google pagou mais de R$ 100 bilhões à Apple para ser buscador do Safari
Durante o processo do Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA que acusa o Google
de monopólio em relação aos serviços de busca na internet, alguns documentos revelaram que a Big Tech pagou mais de R$ 100 bilhões para a Apple
a fim de se manter como motor de busca padrão do Safari. O acordo ocorreu em 2022 e pode reforçar os argumentos dos advogados no caso.
Google teria monopolizado as buscas na internet
A acusação do DoJ colocou o Google no banco dos réus em setembro do ano passado e prometia durar cerca de dez semanas. No entanto, as argumentações na corte devem ocorrer entre hoje (2) e amanhã (3), enquanto a decisão só deve ser anunciada no fim de 2024.
Os documentos revelados no processo apontam que a Alphabet
(dona do Google) pagou à Apple a soma de US$ 20 bilhões para deixar o seu serviço de busca como padrão no navegador Safari. Dessa forma, outras opções como o Bing
, Yahoo
, DuckDuckGo e Ecosia devem ser escolhidos nas configurações do aplicativo da Maçã.
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O negócio entre as duas empresas chama mais a atenção dos advogados de acusação, pois fortalece as alegações de monopólio do Google. Isso porque ao ser a opção padrão do Safari, o mecanismo de busca da companhia se destaca na marca de celulares mais usada nos Estados Unidos.
Apple está acostumada com o dinheiro do Google
A documentação foi revelada pelo Vice-Presidente Sênior de Serviços da Apple, Eddy Cue
, no último dia 30 de abril. Além de apresentar o alto valor já mencionado, a papelada aponta a importância do dinheiro do Google para a companhia de Cupertino.
Apenas em 2020, o pagamento da Gigante de Buscas para a Apple garantiu 17,5% da receita da dona do iPhone. Curiosamente, o primeiro acordo entre as marcas ocorreu em 2002 e foi totalmente gratuito. Em 2021, o Google já pagava para a Maçã mais de US$ 1 bilhão por mês.
Play Store foi considerada monopólio pela justiça dos EUA
O Google não é novato nos tribunais, mas nem sempre consegue sair ileso das acusações. Em dezembro de 2023, a empresa perdeu uma disputa para a Epic Games, criadora de Fortnite
, em uma decisão unânime afirmando que a Play Store pratica monopólio ilegal
que prejudica desenvolvedores e viola leis antitrustes.
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