O mercado de turismo é parte importante da economia de muitas cidades, especialmente aquelas com valor histórico ou paisagens paradisíacas. No entanto, o turismo em massa, devido a grande circulação de pessoas diariamente, causa também diversos prejuízos à população local e ao ambiente. Por isso, muitos países passaram a adotar medidas que limitam, ou até proíbem, a chegada de visitantes.
O caso mais recente a ganhar destaque foi Veneza, na Itália, que começou a cobrar, na quinta-feira (25), uma taxa de entrada diária de 5 euros (R$ 27) aos visitantes
, uma forma de coibir a superlotação que vem causando prejuízos ao bem-estar dos moradores – a medida afeta somente aqueles que vão para ficar apenas um dia e a cobrança é feita apenas em datas específicas, uma forma de evitar que o local se transforme em um “museu”.
Vejas destinos no mundo que impõem medidas para limitar o número de turistas e evitar a superlotação em suas ruas e pontos turísticos.
Espanha
Na Espanha, segundo maior destino turístico mundial, bateu seu recorde de visitantes em 2023, e está a ponto de superá-lo já em 2024, diversas cidades à beira da saturação adotaram medidas para preservar seus moradores irritados com a presença massiva de turistas.
Uma das cidades mais visitadas do país, Barcelona, limitou para apenas 20 pessoas os grupos que podem visitar seu famoso mercado de la Boqueria. A cidade costeira de San Sebastián, no País Basco, passou a aceitar grupos turísticos de, no máximo, 25 pessoas em seu centro histórico, além de proibir que guias de turismo usem megafones.
A comunidade de Sevilla quer cobrar uma taxa de entrada para a famosa Plaza de España – mantendo a gratuidade somente aos residentes da cidade.
A Ilha de Mallorca, nas Ilhas Baleares, limita para três o número de cruzeiros que podem atracar diariamente em seus portos desde 2022. Já a Ilha de Menorca limita o acesso de carros ao seu território.
Franca
O Parque Nacional de Calanques, no sudeste da França, impõe um sistema de reserva para acessar a enseada de Sugiton para um máximo de 400 pessoas por dia durante o verão. O número de visitantes permitidos anteriormente era de 2.5 mil, o que causou graves danos ao local pela erosão.
As autoridades francesas também limitaram o acesso de visitantes no verão para a ilha mediterrânea de Porquerolles ou na ilha de Bréhat, na costa da Bretanha, no Canal da Mancha.
Na região sudoeste da França, a caverna pré-histórica de Lascaux, descoberta em 1940, foi fechada ao público já em 1963. Os ajustes feitos para facilitar o acesso de visitantes e o alto fluxo de pessoas desestabilizaram o local, que se tornou Patrimônio Mundial da Unesco em 1979. Entre 1983 e 2016, foram erguidas três réplicas que permitiram que os visitantes admirassem a caverna.
Países Baixos (Holanda)
A cidade de Amsterdã também adota medidas para conter o excesso de visitantes, entre as quais está a proibição da chegada de cruzeiros ao seu centro histórico desde 2023
, medida que Veneza já adota desde 2021.
Croácia
Na Croácia, o porto de Dubrovnik limita para até dois cruzeiros por dia dia desde 2019, com um máximo de 4 mil passageiros cada um. A medida foi tomada para conter o acúmulo de turistas em suas ruelas medievais, que passaram a atrair um grande número de visitantes após serem retratadas na série “Game of Thrones”.
Peru
Um dos grandes pontos turísticos da América do Sul, as ruínas da cidade inca de Machu-Pichu já teve seu acesso restrito pelo governo peruano em várias ocasiões, devido aos danos causados pelo acúmulo de visitantes diários ao local. Atualmente, o número de visitantes diários permitidos nas ruínas é de apenas quatro mil.
Em 2011 o Machu-Pichu, que é Patrimônio Mundial da Unesco, foi colocado sob a classificação de “alta vigilância” devido ao “excesso de visitantes”.
Japão
Uma das montanhas mais famosas do planeta, localizado próximo a Tóquio, o Monte Fuji também sofreu com o excesso de visitantes. As autoridades japonesas passarão a cobrar, a partir deste verão, uma taxa de 2 mil ienes (R$ 65) e uma taxa máxima para acesso à sua trilha de caminhada mais popular.
Em Kyoto, a entrada de turistas foi proibida nas ruas particulares de Gion, o famoso bairro das gueixas, devido aos casos de assédio às gueixas e às maikos, que são as jovens aprendizes das gueixas. Homens tiravam fotos das mulheres e até as tocavam sem consentimento. Em alguns locais do bairro, tirar fotos pode render uma multa de 10 mil ienes, cerca de R$ 340.
Tailândia
Na Tailândia, a ilha paradisíaca de Maya Bay, na ilha de Koh Phi Phi Ley, precisou ser fechada entr junho de 2018 e janeiro de 2022 para a restauração completa dos recifes de coral. O local, que foi cenário do filme “A Praia”, de 2000, com Leonardo di Caprio, foi devastado por anos de turismo em massa.
A praia estreita, com apenas 250 metros, recebia por volta de seis mil visitantes diariamente, causando uma catástrofe ecológica devido à erosão severa e à deterioração dos recifes de coral.
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