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Coordenadas da Pirâmide do Egito não batem com velocidade da luz

Fidel Forato

Coordenadas da Pirâmide do Egito não batem com velocidade da luz

Há anos, circula a teoria conspiratória de que as coordenadas geográficas da Grande Pirâmide de Gizé, também conhecida como Pirâmide de Quéops, no Egito, coincidem com a velocidade da luz
, quando se analisa especificamente a latitude. Tal “coincidência” é defendida como proposital. Indo além, tem até quem a encare como uma prova de que este monumento foi erguido por seres extraterrestres, com conhecimentos mais avançados que os humanos. Será mesmo?

Afinal, é como se os “seres” que construíram a Grande Pirâmide de Gizé
já conhecessem a velocidade da luz — eles se moviam entre planetas nessa velocidade, possivelmente. A “teoria” também supõe que a divisão do globo daquele povo era baseada nos conceitos atuais de latitude e altitude, além do uso do metro como unidade de medida.

É realmente tentador acreditar nestas ideias, capaz de justificar a origem deste patrimônio da humanidade que ainda provoca encantamento milhares de anos após ter sido erguido, mas não há nenhuma relação concreta que justifique esse elo. Toda a história pode ser resumida a uma farsa.


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Mistério da Grande Pirâmide de Gizé

A latitude da Grande Pirâmide de Gizé nem chega a ter a mesma grandeza da velocidade da luz, quando se calcula o cume da construção. A latitude precisa do cume é algo próximo de 29,9791750 N, contra a velocidade da luz
, que é de 299.792.458 metros por segundo, segundo o site de checagem Snopes
. É preciso fazer um pouco de ginástica para aproximar as duas medidas.

No entanto, é possível afirmar que a latitude 29,9792458 N cruza a pirâmide do Egito, na longitude selecionada de cerca de 31,134667 E. A questão é que, aqui, estamos falando de um ponto “aleatório”.

Se o monumento fosse uma homenagem humana ou extraterrestre à velocidade da luz, o óbvio seria que a relação fosse estabelecida em relação ao cume.

Latitude: coincidência, homenagem à velocidade da luz ou farsa?

Se a explicação anterior não bastou para colocar um fim na “suposta” homenagem feita pelos egípcios, é preciso lembrar que este povo não media as distâncias usando o metro. Na verdade, esta medida foi oficializada em março de 1791, na França. Para estabelecê-la, os inventores se basearam na distância entre a linha do Equador e o Polo Norte, além do meridiano de Paris.

Na época, os antigos egípcios recorriam ao cúbito real, também conhecido como côvado real, em suas medições. Eles também não navegavam e exploravam o globo terrestre, a partir das linhas imaginárias usadas hoje, como a linha do Equador.

Vale pontuar que, mesmo que os egípcios tivessem descoberto a velocidade da luz antes do astrônomo dinamarquês Ole Roemer em 1676 d.C., eles teriam um valor diferente, já que não usariam metros por segundo. Faltam papiros e documentos apontando para este conhecimento no período, independente das unidades de medidas adotadas.

Então, seria preciso acreditar que, talvez, os egípcios (ou os “extraterrestres”) tivessem uma máquina do tempo
para consultar as unidades de medida e os conceitos do futuro na hora de erguer a Grande Pirâmide, ao ponto de realizarem uma grande homenagem às leis fundamentais do universo. Mesmo com tudo isso, fizeram algo que nem é tão preciso quanto poderia ser.

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.

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