No mundo todo, as taxas de fertilidade (ou taxas de fecundidade) estão caindo, segundo estudo internacional publicado na revista The Lancet
. Em 1950, o índice era de 4,84 filhos por mulher ao longo da vida. Em 2021, a taxa despencou para 2,23. Para os próximos anos, a expectativa é que a tendência continue em queda para quase todos os países do globo, com desdobramentos incertos.
“A fertilidade diminuiu de forma constante a nível global e em quase todos os países e territórios desde 1950, e é provável que continue a diminuir até 2100”, afirmam os pesquisadores, em artigo, após analisar dados de 204 países e territórios.
Pensando na reposição populacional, o indicado é que a taxa de fertilidade seja de pelo menos 2,1. No entanto, as projeções para os anos de 2050 e 2100 apontam para a redução das populações, com taxas de 1,83 e 1,59, respectivamente.
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Se as previsões se confirmarem, apenas seis países do mundo, todos no continente africano, terão taxas de fertilidade expressivamente superiores à média em 2100. São eles:
- Samoa;
- Somália;
- Tonga;
- Níger;
- Chade;
- Tajiquistão.
No total, 26 países ainda terão uma taxa positiva de aumento natural, ou seja, o número de nascimentos de bebês
excederá o número de mortes. Em outras palavras, o tamanho da população não diminuirá, como ocorrerá em outras inúmeras nações.
Queda global na taxa de fertilidade
Para os pesquisadores, a queda na taxa de fertilidade é uma tendência consolidada. “As futuras taxas de fertilidade continuarão a diminuir em todo o mundo e permanecerão baixas mesmo sob a implementação bem-sucedida de políticas pró-nascimento”, revelam os autores.
Entretanto, esta mudança de paradigma terá “ consequências econômicas e sociais
devido ao envelhecimento da população e ao declínio da força de trabalho”, alertam. Neste ponto, os países, as empresas e o mercado de trabalho precisam estar preparados para a nova realidade
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Situação no Brasil
No estudo global, também foi avaliada a situação do Brasil em relação à taxa de fertilidade. Aqui, é novamente possível observar a queda, indo de 5,95 filhos em 1950 para 1,93 em 2021. Para os próximos anos, o país deve estar abaixo da projeção mundial, com 1,57 em 2050 e 1,31 em 2100.
Vale destacar que esta pesquisa foi desenvolvida em parceria com um grupo de estudo internacional conhecido como Global Burden of Diseases. Entre os membros da equipe, está o brasileiro Rafael Moreira, pesquisador do departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco.
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