sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

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Davi entra para o pódio de 17,2% negros a vencer o BBB

A vigésima quarta edição do Big Brother Brasil chegou ao fim e como já era previsto, Davi se consagrou como campeão, levando o prêmio de quase 3 milhões de reais. A cada temporada do BBB, uma história diferente é contada e o perfil dos participantes que ganharam o programa ou que estiveram na final está em constante mudança conforme os anos vão passando.

Com o intuito de compreender melhor essa questão, o InstitutoZ, iniciativa da Trope, consultoria de geração Z, realizou um levantamento com o objetivo de analisar todos os participantes que foram finalistas das 24 temporadas do Big Brother. Para isso, foram levados em consideração alguns fatores, como: idade, geração, diversidade regional, racial e LGBTQ+.

Ao todo, foram 70 finalistas, tendo 7 da GenZ (10%). A partir da análise, foi possível perceber que a faixa etária mais recorrente são pessoas entre 21 e 31 anos. A idade mais presente é 27 anos, com 10 finalistas, e em seguida vem 24 e 28 anos, com 6 finalistas. A geração mais presente são os Millennials, com 33 pessoas (47,1%), depois a Geração X com 28 participantes (40%) e a menos presente foi a Baby Boomer, com 2 finalistas (2,9%).

Segundo Letícia Cruz, coordenadora do InstitutoZ, além da identificação do público com as pessoas que fazem parte dos Millennials, também deve-se considerar o fato de que durante muitas edições, essa foi a geração mais selecionada para participar da casa mais vigiada do Brasil. “Com mais participantes pertencentes a essa geração, tornou-se um pouco mais fácil que fossem selecionados para a grande final, tudo faz parte da história que estava sendo contada na temporada em questão”, explica.

Analisando apenas os vencedores, a faixa etária com maior recorrência é entre 21 e 32 anos. Já a idade mais presente é 31 anos, com 4 participantes, e em seguida 32 anos, com 3 vencedores. Entre os campeões, a geração que levou mais vezes o prêmio foi a Geração X, com 11 pessoas (45,8%) e em seguida os Millennials, com 10 participantes (41,7%). Tivemos apenas 3 vencedores da GenZ (12,5%) e nenhum Baby Boomer.

Em 2024, a vitória foi de um participante da Geração Z, pois o campeão Davi tem só 21 anos. Luiz Menezes, fundador da Trope, ressalta que está havendo um aumento da participação dessa geração no BBB. “Isso é um movimento que já era esperado, visto que fora do reality, a GenZ é um dos grupos que mais movimentam as redes sociais. No X (antigo Twitter), comentam tudo em tempo real e geram engajamento, tanto para o programa quanto para as marcas patrocinadoras, o que é muito positivo”, afirma.

O campeão Davi Brito se encaixa em grupos minorizados, que foram analisados no levantamento. Homem negro, nascido na Bahia (Nordeste), pertencente da Geração Z. O BBB ainda não tem diversidade racial grande em relação ao seus finalistas, foram 15 negros (17,6%) e apenas 5 ganharam o programa, sendo eles Jean Wyllys (BBB5), Mara Viana (BBB6), Gleice Damasceno (BBB18), Thelma Assis (BBB21) e Davi Brito (BBB24).

Em relação a diversidade regional, o Sudeste se destaca com 39 finalistas (56,5%), seguido do Sul com 14 finalistas (20,3%), enquanto o Norte teve menos finalistas, com 2 participantes (2,9%). Na maioria das edições, a região Sudeste domina o pódio com 2 ou 3 participantes, com exceção do BBB3, BBB5, BBB8, BBB9, BBB12, BBB13, BBB17, BBB18 e BBB19. Apenas na 16º e 17º edição não houve finalistas do Sudeste. 

Além disso, quando se trata da diversidade de pessoas LGBTQ+ que já passaram pelo programa, apenas 6 participantes foram finalistas (7,9%), sendo eles André Gabeh (BBB1), Jean Wyllys (BBB5), Daniel Rolim (BBB11), Vanessa Mesquita (BBB14), Clara Aguilar (BBB14) e Aline Wirley (BBB23). Desses 6, apenas 2 ganharam o programa, Jean Wyllys e Vanessa Mesquita (7,7%).

Neste sentido, Luiz pontua que o Big Brother pode ser um retrato da nossa realidade e sociedade, apesar de ainda faltarem alguns ajustes para ter um equilíbrio e para ser um programa mais diverso e plural. Existem grupos que ainda são subrepresentados e até mesmo ‘não notados’ pela produção do reality show e não é por falta de cobrança das redes sociais, que querem ver essas pessoas na televisão.

Essa mobilização acontece justamente porque o BBB é um programa que envolve todo o país ao mesmo tempo. “A cobrança por mais pluralidade se dá pela democratização do espaço midiático, uma vez que as conversas não são controladas totalmente pelos veículos, e as comunidades na internet possuem voz ativa nas discussões e cobram por mais assertividade e por ações mais alinhadas ao comportamento da Geração Z, do que será propagado para o Brasil inteiro por três meses” finaliza Menezes.

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