O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considerou a aquisição pela Minerva, de 11 plantas de abate de bovinos da Marfrig no Brasil, como um ato de concentração “complexo”. A decisão permite uma extensão do prazo de análise de 240 para 330 dias, o que pode empurrar a decisão final para 14 de dezembro.
A demora na aprovação levaria a uma correção pelo CDI do valor acordado (+ R$ 500 milhões só de ajuste). Há especulações sobre possíveis “remédios” impostos pelo Cade, mas ainda não se vislumbra uma reprovação.
A Genial Investimentos disse que, caso a aprovação ultrapasse o segundo trimestre de 2024, poderá retirar seu “voto de confiança e rebaixar o rating de Minerva, uma vez que a postergação espreme a janela de tempo que a companhia terá para aproveitar o ciclo do gado positivo no Brasil à frente desses ativos”.
CNA quer integrar avaliações de compra de frigoríficos
No fim do ano passado, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou no Cade um pedido para fazer parte em um processo que avalia a compra de frigoríficos. Com a medida, a entidade busca assegurar que os pecuaristas estabelecidos nas áreas de abrangência das plantas frigoríficas não sofram abuso de poder de mercado no futuro.
A CNA também encaminhou ao Cade uma nota técnica que aborda os impactos da concentração de mercado ocorrida nos últimos anos no setor. De acordo com a entidade, a aquisição das operações dos frigoríficos Marfrig pela Minerva poderá ampliar a concentração de mercado em determinados estados do país.
Para a CNA, dentre suas inúmeras atribuições, o Cade deve avaliar o “Mercado Relevante” e assegurar a livre concorrência, evitando que ocorra posição dominante de uma empresa, seja em um produto ou em uma área geográfica relevante, o que pode dificultar a concorrência e trazer prejuízo aos produtores rurais, aos consumidores e à economia brasileira.