No começo deste ano a Wi-Fi Alliance (organização responsável pelo desenvolvimento e certificação do Wi-Fi, e que conta com grandes empresas de tecnologia
como Ericsson
, MediaTek
, Microsoft
, Motorola
e Samsung
, entre outras) anunciou a chegada oficial do Wi-Fi 7 ao mercado, com o objetivo de acelerar o futuro da conectividade no ambiente doméstico, empresarial e na indústria.
O novo padrão de conectividade é mais rápido (até quatro vezes mais velocidade que a geração anterior, com velocidades próximas a 40 Gbps) mais estável e oferece menores taxas de latência (o que é música para os ouvidos dos gamers). Também vale destacar os canais de 320 MHz (disponíveis em países que disponibilizam a banda de 6 GHz) que dobram o tamanho do canal mais amplo disponível, proporcionando velocidades multigigabit e alto throughput; e o MLO (Multi-Link Operation), que faz com que dispositivos transmitam e recebam dados simultaneamente em vários links para aumentar a produtividade, reduzir a latência e melhorar a confiabilidade. Afinal, com o crescimento da internet das coisas
(o número de dispositivos de IoT deve saltar de 16,7 bilhões em 2023 para 29,7 bilhões em 2027, segundo a IoT Analytics) e das casas conectadas, as redes domésticas, por exemplo, apresentam muito mais equipamentos com conexão, o que sobrecarrega o acesso à internet.
Para atingir esse novo patamar de desempenho, o Wi-Fi 7 tira proveito de recursos de gerenciamento potencializados pela inteligência artificial. Assim é possível ter roteadores e access points que fazem o gerenciamento automático de canais em todas as bandas Wi-Fi, o que melhora a confiabilidade e o desempenho da rede ao reduzir interferências, mesmo que os usuários estejam em ambientes adversos. Com toda essa tecnologia é possível ter conexões de internet com qualidade para impulsionar novos casos de uso em áreas como IA, realidade aumentada, realidade virtual e realidade mista multiusuário, treinamento 3D imersivo, games, IoT industrial e mercado automotivo, entre outras.
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O novo padrão é o resultado de uma ampla colaboração e da busca pela inovação dentro da Wi-Fi Alliance, o que proporcionará interoperabilidade mundial de produtos e um ecossistema de dispositivos robusto e sofisticado. Segundo as previsões da organização, o Wi-Fi 7 será rapidamente adotado em um amplo ecossistema, com mais de 233 milhões de dispositivos previstos para entrar no mercado já em 2024, número que deve saltar para 2,1 bilhões de dispositivos até 2028. Entre os primeiros equipamentos que tirarão proveito dessa inovadora tecnologia estão os dispositivos de realidade virtual/aumentada, smartphones, PCs, tablets, roteadores e pontos de acesso.
Mas você pode estar se perguntando: como fica a questão da conectividade entre os padrões? Mesmo tendo uma conectividade retroativa (dispositivos com versões mais novas de Wi-Fi são compatíveis com as versões anteriores) você só irá desfrutar dos benefícios dessa nova geração de conectividade se tiver todo um ecossistema Wi-Fi 7. Para ficar mais claro: não adianta você ter um smartphone compatível com o Wi-Fi 7 e um roteador que usa o padrão Wi-Fi 5, por exemplo. Você estará limitado ao padrão anterior.
Com isso veremos em breve uma busca do consumidor por equipamentos compatíveis com o novo Wi-Fi, a começar por equipamentos como roteadores e pontos de acesso, que são o centro das redes de acesso à internet, seguidos pela busca por equipamentos como smartphones, smart TVs e outros equipamentos de IoT. Em um mundo cada vez mais conectado, será muito importante poder contar com um acesso à internet muito mais rápido e confiável.
*Samir Vani é diretor de desenvolvimento de negócios da MediaTek para a América Latina
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