terça-feira, 13 de maio de 2025

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Parece que Marte pode afetar oceanos da Terra em ciclos

Danielle Cassita

Parece que Marte pode afetar oceanos da Terra em ciclos

A dança orbital entre Marte e a Terra parece causar alguns efeitos nas profundezas dos oceanos
por aqui. Em um estudo de cientistas da Universidade de Sidney e Sorboness, eles analisaram registros geológicos do fundo dos oceanos e descobriram neles uma conexão entre as órbitas dos dois planetas.

Segundo o estudo, as interações gravitacionais entre ambos causam mudanças cíclicas nas correntes marítimas a cada 2,4 milhões de anos, surpreendendo Adriana Dutkiewicz, autora que liderou o estudo. “Só existe uma forma de explicar [os ciclos]: eles estão ligados aos ciclos nas interações entre Marte e a Terra enquanto orbitam o Sol”, disse.

Nos últimos anos, os cientistas identificaram o que ficou conhecido como “grande ciclo”. Trata-se de um padrão de 2,4 milhões de anos relacionado às órbitas de Marte e da Terra, mas com evidências escassas. Por aqui, o auge dos ciclos representam períodos de maior radiação solar
e aquecimento climático — sem relação com as mudanças climáticas causadas pela ação humana
, vale lembrar.


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Já se sabe que a gravidade dos outros planetas do Sistema Solar pode afetar a trajetória da Terra ao redor do Sol, deixando-a mais alongada. Por isso, Dutkiewicz e seus colegas estudaram algo diferente: eles tentaram descobrir se as correntes no fundo dos oceanos aceleram ou desaceleram quando o clima é aquecido.

Após analisar 239 perfurações no fundo do oceano em todo o mundo, descobriram evidências de 387 rompimentos nos sedimentos, que parecem ter ocorrido nos últimos 70 milhões de anos. Esta quebra sugere que maior velocidade nas correntes marítimas
, enquanto sedimentos estáveis indicam condições mais tranquilas.

Basicamente, a presença ou ausência do depósito de sedimentos no fundo dos oceanos corresponde aos períodos em que Marte exerce maior força gravitacional na Terra, afetando levemente a estabilidade orbital do nosso planeta. O resultado disso seriam mudanças na incidência de radiação solar e no clima, que levariam a correntes oceânicas mais fortes.

Matthew England, da Universidade de New South Wales, acredita que os resultados são importantes para a compreensão dos ciclos climáticos em escala geológica, mas não se convenceu. “Sou cético em relação à ligação com Marte, já que sua força gravitacional sobre a Terra é tão fraca — só cerca de um milionésimo da força gravitacional do Sol”, diz. “Até Júpiter tem um campo gravitacional mais forte para a Terra”, acrescentou.

Para ele, mesmo que Marte esteja exercendo influência, ela não é nada se compararmos às mudanças climáticas causadas pela ação humana. “Forçar os gases de efeito estufa
é como uma marreta em comparação, portanto, isso não tem relação com o clima atual, onde estamos vendo o derretimento das camadas de gelo reduzir a circulação dos oceanos.”

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications.

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