Uma série de pesquisas recentes sugere que o conhecimento científico sobre a doença de Alzheimer
estaria errado — ou seja, o foco na teoria de que o acúmulo da proteína beta-amiloide seria a causa da doença. Um dos principais estudos abordando a questão foi publicado em 2022, no periódico científico Science
.
Nele, cientistas da Universidade de Toronto apontam que o principal estudo sobre a beta-amiloide, publicado em 2006, pode ter sido baseado em dados falsificados
, e a aprovação do medicamento aducanumab pela Food and Drug Administration (FDA, espécie de Anvisa dos EUA) para tratamento do Alzheimer, em 2021, usou dados incompletos e contraditórios.
Alzheimer como doença auto-imune
Buscando novas perspectivas sobre a doença, os pesquisadores canadenses resolveram se aprofundar sobre a proteína beta-amiloide, estudando o tema por 30 anos. Com isso, teorizam que o Alzheimer não seria exatamente uma patologia cerebral, mas sim autoimune — embora no cérebro
.
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Segundo a análise, a proteína beta-amiloide seria uma molécula normal do sistema imune cerebral, surgindo, por exemplo, quando há traumas cerebrais para atacar possíveis invasores.
As moléculas de gordura que formam tanto a membrana das bactérias quanto a das células cerebrais são muito parecidas, no entanto, e, pela dificuldade das beta-amiloides em diferenciá-las, acabariam atacando o alvo errado.
Isso levaria à perda gradual das funções das células cerebrais, gerando a demência. Para tratar a doença, então, uma abordagem diferente teria de ser feita, buscando caminhos de regulação imune no cérebro, já que remédios usados em outras doenças autoimunes, como artrite reumatoide, não funcionam com o Alzheimer.
Outras teorias para o Alzheimer
Ainda segundo os cientistas, há outras abordagens interessantes e totalmente novas sobre a doença
, como uma equipe que acredita ter encontrado sua origem nas microproteínas das mitocôndrias
, fontes de energia das células. Outros sugerem que bactérias da boca seriam as responsáveis
, ou uma regulação anormal de metais no cérebro, como zinco, cobre ou ferro.
O que é importante, no final das contas, é buscar respostas em outros lugares, sem gastar energia pensando que as beta-amiloides são anormais ou problemáticas por si só, embora possam estar, inadvertidamente, causando o problema, no final das contas.
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