Geller ressaltou que a política de seguro rural não serve apenas para a busca de orçamento.
“Precisamos fazer gestão, buscar competitividade e concorrência entre as seguradoras. O seguro não pode ser um instrumento para beneficiar os agentes financeiros, mas o produtor”, afirma.
A ideia do governo é que haja uma maior fiscalização para que haja transparência, com a concorrência oportunizando mais opções aos produtores.
O secretário também defendeu uma reestruturação do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), uma vez que os recursos estariam sendo mal geridos.
Ele comentou que o tema já foi debatido com o Banco Central (BC) e com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
“Estamos bem alinhados para que a gente reestruture o Proagro e tire uma parte daquele recurso que não é bem aplicado para que o seguro possa ter mais dinheiro mesmo em momentos de dificuldade quando o orçamento está muito apertado”, conclui.
Perdas dos produtores por seca
Neri Geller também disse que o governo está atento às questões envolvendo perdas dos produtores por seca, embora seja preciso agir com cautela para discutir o alongamento das dívidas.
Nos últimos dias, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) sugeriu a Geller a destinação de R$ 500 milhões do Tesouro para alongar dívidas dos produtores mato-grossenses e a criação de linhas emergenciais de crédito, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Geller salientou, em conversa com a imprensa na feira, que o Ministério da Agricultura criou já algumas linhas de crédito para antecipar linhas de crédito em dólar para fazer frente a pagamento de custeio, com acesso de juros bastante baixo, de 7,8% a 8%.
O secretário afirmou que o produtor rural da região vem de quatro anos de boas safras e renda. Por esse motivo, o governo deve agir com cautela para não criar um clima de instabilidade e permitir que os produtores entrem em recuperação judicial.
O secretário acrescentou que o assunto continuará sendo debatido junto às cooperativas ao longo desta quinta-feira, em Cascavel, para avaliar o tamanho do problema e definir que solução será apresentada.