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Fairphone rebate OnePlus e afirma que 7 anos de updates fazem sentido

Renan da Silva Dores

Fairphone rebate OnePlus e afirma que 7 anos de updates fazem sentido

Em resposta a declarações da OnePlus, que afirmou que celulares não aguentam sete anos de atualizações de sistema
, a Fairphone, conhecida pelos smartphones altamente reparáveis e com longo suporte de software, contrariou a concorrente ao assegurar que a proposta faz sentido. No comunicado emitido nesta quarta-feira (7), a marca sustentável também cutucou as rivais ao afirmar que “dispositivos não consertáveis não são uma desculpa para compromissos medíocres de suporte de software”.

Google
e Samsung
agitaram o mercado quando anunciaram que seus lançamentos mais recentes, o Pixel 8
e o Galaxy S24, terão sete anos de atualizações de sistema
— recorde que chega a superar a Apple, antiga referência em updates. Naturalmente, os novos compromissos das gigantes geraram pressão em outras empresas, com a OnePlus
tendo sido a primeira a tratar publicamente da questão em uma entrevista ao portal Tom’s Guide
.

“Algumas fabricantes estão agora dizendo que o recheio do sanduíche delas — o software
do celular — ainda estará bom para comer em sete anos”, disse o presidente da OnePlus, Kinder Liu. “Mas o que elas não estão te contando é que o pão do sanduíche, a experiência de usuário, pode mofar dentro de quatro anos. De repente, a política de update de software de sete anos não importa porque o resto da sua experiência com o celular é terrível”.


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De fato, esse foi um dos pontos centrais de discussão quando Google e Samsung anunciaram as novas políticas de suporte, mas a conclusão mais aceita é que a medida é benéfica, especialmente quando colocamos na conta que, ao menos a princípio, apenas os celulares mais premium de ambas estão cobertos pela iniciativa. Tornando o argumento de Liu ainda mais questionável, o executivo afirmou que peças como a bateria poderiam não aguentar por tanto tempo.

Se por um lado isso é uma realidade, por outro as duas gigantes agiram para lidar com essa questão ao fechar parcerias com especialistas em reparos como o iFixit
para disponibilizar peças de reposição no período prometido, incluindo bateriais, além de terem facilitado o acesso aos componentes internos
, o que acaba invalidando o ponto da bateria.

A estranha resposta da OnePlus chamou a atenção de outras fabricantes, como a europeia Fairphone, reconhecida internacionalmente pela alta facilidade de reparo, bem como pelo suporte extremo de software, que chegou a quase 10 anos no Fairphone 2
. Em um email enviado à imprensa, o cofundador da Fairphone, Miquel Ballester, foi incisivo e um tanto sarcástico ao dizer que “Liu tinha um ponto, mesmo que acidentalmente”.

“Como os ‘padeiros’ do Fairphone 2, o dispositivo Android mais duradouro até então, e do ainda recente Fairphone 5, oferecendo oito anos de suporte de software garantido e mirando em 10 — nós concordamos do fundo do coração que dispositivos não consertáveis, fechados com cola não são desculpa para compromissos medíocres de suporte de software”

Ballester também disse que “já teria passado da hora” da indústria como um todo ter adotado construções mais amigáveis para reparos, citando que as promessas de atualizações são realmente apenas uma parte da equação, e encerrando a mensagem mantendo o tom incisivo.

“Ao senhor Liu, e outros que estejam preocupados com a bateria dos seus telefones durando menos que o seu software, a solução deveria ser óbvia: torne-a substituível”

Considerando que o OnePlus 12
possui hardware
similar ao Galaxy S24 Ultra
, é possível especular que o modelo também poderia oferecer suporte prolongado aos moldes do rival da Samsung, ao menos no papel.

Há, porém, outros fatores que influenciam essa questão, como a disponibilização de drivers por parte das fabricantes de chips
(Qualcomm, MediaTek), que não costumam disponibilizar updates por mais de quatro anos, e o próprio custo de desenvolver software por tanto tempo, que fariam mais sentido de serem citados por Kinder Liu.

De toda forma, a comoção causada pelos comentários polêmicos pode acabar sendo bem-vinda, caso consiga forçar a indústria a repensar a estratégia, especialmente em uma época em que reduzir o lixo eletrônico e dar ênfase à sustentabilidade se tornaram essenciais.

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.

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