O mercado nacional de trigo permanece com atividades limitadas, refletindo um volume reduzido de negociações.

A colheita, embora em estágio inicial, da safra com perspectivas favoráveis no Paraná está exercendo pressão sobre os preços.

Os moinhos no estado do Paraná estão indicando valores entre R$ 1.200 e R$ 1.250 por tonelada para lotes da safra recente.

No Rio Grande do Sul, as transações têm sido pontuais.

As indicações para a safra anterior estão na faixa de R$ 1.230 a R$ 1.240 por tonelada.

Para a safra recente, pequenos lotes estão sendo negociados por cerca de R$ 1.100 por tonelada.

De acordo com Elcio Bento, analista da Safras & Mercado, a análise das linhas de paridade revela o interesse dos compradores em atingir um nível próximo ao de exportação.

“Este é um comportamento comum em momentos de excesso de oferta. Com suprimento de trigo ainda limitado, considerando a safra argentina bastante reduzida e as opções de abastecimento do Hemisfério Norte para trigo hard ainda mantidas acima das cotações locais, é perceptível a formação de preços para o cenário esperado no momento em que a oferta nacional ganhar impulso”, explicou.

Além disso, a atenção está voltada para as indicações da safra recente na Argentina.

Com o trigo argentino a US$ 250 por tonelada, o preço CIF em Curitiba ficaria em torno de R$ 1.415 por tonelada.

Enquanto isso, o trigo nacional está sendo cotado na mesma região entre R$ 1.260 e R$ 1.300 por tonelada.

“Essa diferença (spread) entre os preços do trigo nacional e importado confirma que os compradores já ajustaram suas perspectivas para um momento de aumento da colheita”, ressaltou Bento.

Mercado de trigo em Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) encerrou o dia com preços significativamente mais altos para o trigo.

O mercado ampliou os ganhos observados anteriormente, impulsionado por uma demanda global robusta, de acordo com informações da Reuters, e pelas condições inesperadamente desfavoráveis do trigo de primavera nos Estados Unidos.

As condições climáticas quentes e secas no país continuam sendo um ponto de atenção.

Os investidores também estão ajustando suas posições diante de um possível novo ataque russo no Danúbio.

Segundo a APK-Inform, na noite desta quarta-feira, a Rússia lançou drones contra os portos do Danúbio, na região de Odesa, mais uma vez.

Conforme fontes do governo ucraniano, aproximadamente 13 mil toneladas de grãos foram destruídas no porto de Izmail.

Esses ataques estão elevando os custos de seguro na região e podem potencialmente restringir as exportações.

A força do dólar e o desempenho positivo dos produtos vizinhos, soja e milho, também contribuem para o cenário de alta.

Ao encerramento, os contratos com entrega prevista para setembro foram negociados a US$ 6,12 1/2 por bushel, um aumento de 10,75 centavos de dólar, ou 1,78%, em comparação ao fechamento anterior.

Os contratos com entrega em dezembro foram cotados a US$ 6,39 3/4 por bushel, com um ganho de 12,25 centavos, ou 1,95%, em relação ao fechamento anterior.