Pouco a pouco, a ciência desvenda informações pertinentes sobre o Alzheimer
, uma condição que ainda é alvo de intermináveis dúvidas. Mas nesta edição de fevereiro da revista Lancet Neurology
, pesquisadores revelaram sintomas incomuns da visão que podem funcionar como uma forma de indicar a doença neurodegenerativa.
O material destaca a atrofia cortical posterior, que compartilha das mesmas alterações patológicas no cérebro que o Alzheimer, mas resulta em sintomas como:
- Falta de consciência espacial
- Dificuldade em avaliar distâncias
- Dificuldade em ver movimentos
- Dificuldade para reconhecer objetos
Sob o objetivo de comrpeender a fundo essa relação, o time de pesquisadores analisou dados de 1.092 pacientes diagnosticados com a com a atrofia cortical posterior. A análise permitiu descobrir que a condição pode ajudar a prever o Alzheimer de uma maneira bem expressiva, já que em 94% dos casos, foram observadas alterações cerebrais relacionadas ao Alzheimer (e que, por sua vez, contribuíam para a atrofia cortical posterior).
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O apelo dos pesquisadores é que a maioria dos pacientes consulta o oftalmologista quando começa a apresentar sintomas visuais, e pode ser encaminhado a um oftalmologista que também pode não reconhecer a atrofia cortical posterior. Por isso, há a necessidade de “melhores ferramentas em ambientes clínicos para identificar esses pacientes precocemente”.
O estudo observou muitas semelhanças entre a atrofia cortical posterior e o Alzheimer, principalmente no que diz respeito aos níveis das proteínas amiloide
no cérebro. É o acúmulo ao redor das células cerebrais que gera danos aos neurônios e gera a perda de memória e o declínio cognitivo.
Os pesquisadores acrescentam que os pacientes analisados também apresentaram mais proteína tau (também associada ao Alzheimer) nas partes posteriores do cérebro, envolvida no processamento de informações visuais e espaciais.
Alzheimer pode ser diagnosticado pelos olhos?
Desde 2021, a Alzheimer’s Association conduz um estudo em torno das possibilidades de diagnosticar o Alzheimer pelos olhos
, por meio de comparações entre testes de amiloides retinais e cerebrais: “A retina e o cérebro apresentam patologias semelhantes em pacientes com diagnóstico de doenças neurodegenerativas. A capacidade de acessar a retina por meio de técnicas de imagem abre a possibilidade de avaliação não invasiva da patologia da doença”.
Assim, no futuro, talvez seja possível determinar o início, a propagação e a morfologia do Alzheimer por meio da análise de imagens da retina.
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