Cientistas descobriram que o tratamento com células CAR-T
(receptores de antígeno quimérico), já utilizadas em terapias contra o câncer
, consegue rejuvenescer corpos idosos e prevenir problemas relacionados à velhice em jovens. O método foi testado e aprovado em camundongos, que mantiveram o benefício por toda a vida após apenas uma dose — e pode ser o futuro das terapias para retardar o envelhecimento
ou senescência e as doenças relacionadas à idade, como diabetes e obesidade.
Os responsáveis pela descoberta foram os pesquisadores do Laboratório de Cold Spring Harbor, EUA, que publicaram um estudo contando tudo sobre ela no periódico científico Nature Aging
. As células senescentes são as que pararam de se multiplicar, mas não se autodestruíram — com a idade, nosso corpo fica menos eficiente na sua limpeza, e elas acabam causando inflamações crônicas, levando às doenças da velhice.
CAR-T contra a velhice
Para combater as células senescentes, as CAR-T
foram modificadas para atacar a proteína da superfície celular presentes nelas — chamada de receptor plasminogênio uroquinase (uPAR, para facilitar). As células CAR-T foram reprogramadas para se ligar a essas proteínas, eliminando-as.
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Camundongos tratados com o composto modificado mantiveram peso corporal menor, metabolismo melhor e maior tolerância à glicose, sendo até mais ativos fisicamente. Os mais velhos rejuvenesceram e os mais jovens envelheceram mais devagar
— mesmo os que receberam dietas altamente gordurosas.
Fonte da juventude?
Segundo os cientistas, nenhuma outra terapia consegue fazer isso. Nos Estados Unidos e no Brasil, o tratamento com células CAR-T já foi aprovado para o combate ao câncer, mas essa é primeira vez que se prova o efeito positivo da droga contra os efeitos da velhice.
Além de não ser tóxico e nem causar danos aos órgãos, o método com as CAR-T modificadas para combater os uPAR se manteve presente por toda a vida dos camundongos, continuando no fígado e baço dos que receberam a terapia até 12 meses após a primeira dose.
Rejuvenescimento em humanos
Os cientistas ainda irão investigar se o efeito de melhora na saúde poderá garantir a longevidade de fato, passando, eventualmente, para testes com humanos em laboratório. Ainda deverá demorar alguns anos para que o tratamento fique disponível para nós, mas a ciência já tem um excelente ponto de partida.
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