Uma nova iniciativa na Coreia do Sul deverá sequestrar 50.000 toneladas de dióxido de carbono por ano e, ao mesmo tempo, transformar água salgada em água doce
, resolvendo dois problemas em uma só instalação, a primeira do tipo no mundo. A tecnologia
será instalada no Complexo Industrial de Daesan e faz parte das novas abordagens para capturar e utilizar CO2 que diversos países estão bolando a partir de recentes promessas de zerar a emissão de carbono
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Há duas maneiras de lidar com as emissões de carbono. Uma delas envolve a instalação de módulos na própria fábrica, reduzindo sua emissão na atmosfera, enquanto a outra consiste de uma tecnologia de sequestro de carbono direto do ar
(DAC, da sigla em inglês), que remove o dióxido de carbono já presente na atmosfera. Ambos geralmente envolvem infraestrutura adicional com o propósito único de remover CO2, mas a empresa Capture6 conseguiu juntar o esforço a um método de purificação de água
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Purificação dupla
O Complexo Industrial Daeson é responsável por 40% da produção petroquímica da Coreia do Sul, mas secas severas nos últimos anos causaram escassez de água na região e dependência de fontes externas de água. A companhia utilitária estatal de água, K-Water, está construindo uma plataforma de dessalinização de água
para ajudar a prover essa necessidade hídrica, mas, por conta da produção petroquímica, a região gera 17 MtCO2e (toneladas métricas de CO2e) por ano.
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A tecnologia da Capture6, que trabalha no método DAC, é a primeira do mundo que pode resolver ambos os problemas de uma vez só. Ficando na área industrial, a instalação da empresa conterá o Projeto Octopus, que deve colaborar com a dessalinização da água junto à K-Water e usar a água salgada para criar um solvente removedor de carbono, sendo usado nas aplicações de sequestro de CO2
do ar. Além do método baratear ambas as funções, ainda irá gerar água potável, e deve ajudar em outras questões ambientais.
O processo de dessalinização resulta na criação de salmoura, que pode ameaçar ecossistemas marinhos se jogada no mar ou no oceano. A Capture6 planeja usar a salmoura para criar produtos químicos verdes, como ácido hidroclorídrico e carbonatos de cálcio, usados em indústrias da Coreia do Sul. Na região, eles também devem ajudar na descarbonização das operações de manejo de água.
Os produtos geralmente são feitos a partir de combustíveis fósseis importados ao país, mas, como neste caso serão produzidos com restos de outros processos, o impacto ambiental poderá ser reduzido. Tudo isso gera uma economia circular, mais sustentável do que a anterior. Resta saber se os resultados serão tão positivos quanto as projeções da empresa, otimismo compartilhado pela diretoria da K-Water.
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