Para muita gente, o dia só começa depois de uma boa xícara de café, o que faz do cafezinho uma das bebidas mais consumidas no mundo
. Só que, por trás de todo esse sucesso, está a cafeína — uma substância psicoativa, com função estimulante. O composto químico é envolto de polêmicas, mas, se for consumido na quantidade adequada, faz bem para a saúde, como mostram vários estudos científicos.
A questão é que a cafeína não é um composto exclusivo do café, podendo ser encontrado em uma infinidade de produtos, como refrigerantes, chás, bebidas energéticas
, suplementos, comprimidos ou mesmo chocolates. Em muitas dessas formulações, a substância é acompanhada de altas doses de açúcar e de outros ingredientes potencialmente nocivos.
Limite diário de cafeína
Na dose certa, a cafeína melhora o nível de atenção, pode afetar positivamente o humor e até proteger contra algumas doenças — se for tomada de forma contínua. No entanto, se a quantidade for demasiada, há altas chances de pessoas apresentar:
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- Crises de ansiedade;
- Alterações na frequência cardíaca, ficando mais acelerada;
- Tremores;
- Distúrbios do sono;
- Dor de estômago;
- Náuseas;
- Dor de cabeça.
A dose em que a cafeína
é positiva vai variar de acordo com o organismo do indivíduo. No entanto, há um limite até onde esse consumo é saudável, como estabelece a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA).
Por dia, deve ser consumido até 400 miligramas — isto vale apenas para adultos, já que crianças são orientadas a não tomar esse composto. Em cafezinhos, seria o equivalente a quatro ou cinco xícaras.
Quantidade de cafeína por alimento
Para entender como os 400 mg de cafeína podem ser distribuídos, é preciso conhecer a quantidade média deste composto derivado do café em cada produto:
- Lata de 350 ml de refrigerante, com cafeína: cerca de 30 a 40 mg;
- Xícara de chá verde ou preto, de 230 ml: cerca de 30 a 50 mg;
- Xícara de café, de 230 ml: cerca de 80 a 100 mg;
- Bebida energética, de 230 ml: de 40 a 250 mg.
Embora existam esses parâmetros de referência, não são uma regra. A pessoa deve conferir a quantidade exata na própria embalagem do produto, quando for ultraprocessado. Nestas circunstâncias, também se deve atentar a outros ingredientes que podem ter efeitos nocivos, como açúcares e adoçantes.
No caso de suplementos e comprimidos, é importante checar também a dosagem, o que vai evitar overdoses. Segundo a FDA, uma colher de chá de cafeína pura em pó pode conter a mesma quantidade encontrada em 28 xícaras de café. “São quantidades tóxicas que podem ter consequências graves para a saúde, incluindo a morte”, pontua a agência.
Benefícios para a saúde
Passado toda essa questão dos limites e das quantidades de cafeína em cada tipo de alimento, é hora de analisar os benefícios desse composto estimulante e tão querido no mundo todo. Por exemplo, o café reduz o risco de morte precoce, segundo estudo da Universidade de Glasgow, na Escócia
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Além disso, uma revisão sistemática feita por pesquisadores da Universidade de Georgetown, nos EUA, descobriu que uma dose regular de café reduz o risco de um combo de doenças, como diabetes tipo 2, doenças hepáticas, problemas cardiovasculares e até mesmo câncer no fígado. A pesquisa foi publicada na revista New England Journal of Medicine (NEJM)
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Em paralelo, pesquisadores da Universidade Harvard observaram que o consumo diário de café puro, sem o uso de adoçantes, pode auxiliar pessoas que buscam perder peso
, especialmente aqueles que estão com o Índice de Massa Corporal (IMC) elevado.
É importante destacar que, até o momento, todos esses benefícios foram observados a partir do consumo de café. Em outras palavras, beber um energético ou tomar um refrigerante pode não gerar os efeitos esperados.
Além disso, o café contém outras inúmeras substâncias bioativas, como a trigonelina (TG). Em testes com roedores, pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, descobriram que ela pode ser uma alternativa para desacelerar a perda de memória associada com a idade
.
Por outro lado, cientistas do Committee on Military Nutrition Research (CMNR) observaram que, uma dose moderada de até 300 mg de cafeína — sem estar contida no café —, aumenta a capacidade de foco, ainda mais se a pessoa teve insônia ou dormiu pouco na noite anterior. Só que mais estudos como este, com alto rigor científico, ainda são necessários para compreender o efeito individualizado do composto.
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