domingo, 24 de novembro de 2024
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Bactérias da pele são usadas em novo tratamento contra acne

Augusto Dala Costa

Bactérias da pele são usadas em novo tratamento contra acne

Uma equipe internacional de cientistas conseguiu, através de engenharia genética, modificar uma bactéria da pele para agir contra a acne diretamente em sua origem biológica, impedindo a produção exagerada de sebo em quem sofre dos sintomas associados ao problema. O trabalho é da Universidade de Pompeu Fabra, na Espanha, e deverá ser expandido para outras condições de pele
no futuro.

A bactéria em questão é a Cutibacterium acnes
, que, com a modificação dos cientistas, consegue produzir e secretar uma molécula terapêutica capaz de combater os sintomas da acne na pele. O resultado foi testado em células da pele e em camundongos de laboratório, e, antes de chegar às farmácias, precisa ser testado em simulações de pele humana artificial
ou em testes laboratoriais com humanos.

Engenharia genética contra a acne

O estudo que descreve o trabalho, publicado na revista científica Nature Biotechnology
, mostrou como o genoma da bactéria foi modificado para que ela produzisse a proteína NGAL — mediadora da substância da acne chamada isotretinoína —, que reduz o sebo da pele ao matar os sebócitos, onde fica armazenada a gordura (em forma de lipídios) produzida pelas glândulas sebáceas. Com isso, a doença de pele
consegue ser combatida naturalmente.


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Tratamentos tradicionais para a condição usam antibióticos ou a aplicação da isotretinoína derivada da vitamina A. Eles causam alguns efeitos adversos sérios, como sensibilidade excessiva à luz e empobrecimento do microbioma da face, no caso dos antibióticos, ou descamação da pele e até defeitos de nascença no caso da isotretinoína.

O sistema desenvolvido pelos cientistas melhorou a entrega de DNA
às células e sua estabilidade dentro delas, bem como a expressão genética. Isso permitiu que a bactéria modificada conseguisse ficar na pele e fazer a mediação necessária para acabar com a acne. Entre os planos para o futuro, está o tratamento para outras doenças de pele, como a dermatite atópica, condição inflamatória onde o paciente possui eczemas, irritação severa e pele seca, sendo muito comum em crianças.

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