No rastro da enchente de setembro, a propriedade leiteira de Jorge Dienstmann, produtor dedicado há anos, emerge como uma das mais afetadas no Vale do Taquari. O impacto resultou na perda de 25 vacas leiteiras e uma redução drástica na produção diária de leite, de mil para 400 litros.
Dienstmann, ao avaliar os danos, destaca a dificuldade em atingir metas planejadas, considerando prejuízos que ultrapassam R$ 500 mil, englobando animais, silagem, lavouras e outras benfeitorias.
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Essa tragédia ocorre em um contexto desafiador para os produtores de leite no Rio Grande do Sul. O número de produtores na atividade diminuiu drasticamente, de 64 mil em 2015 para 33 mil em 2023, uma queda de 54%. Fatores como preços baixos, custos elevados e a entrada de produtos lácteos estrangeiros contribuem para essa redução, conforme relatório da Emater-RS.
O cenário se agrava com adversidades climáticas, incluindo uma estiagem que impactou a produção de alimentos essenciais para o gado, resultando em uma queda no preço do leite. As importações de lácteos do Mercosul atingiram níveis recordes, enquanto enchentes e ciclones agravaram ainda mais a situação.
Diante das dificuldades, produtores como Dienstmann enfrentam um momento crítico, com poucos seguros disponíveis. Protestos foram registrados, exigindo medidas de apoio do governo federal. Embora algumas ações tenham sido tomadas, como a destinação de R$ 200 milhões pela Conab para compra de leite de pequenos produtores, a necessidade de renegociação de dívidas e ações mais efetivas contra importações continuam sendo demandas essenciais.
Na propriedade de Jorge, a reconstrução se inicia com o envio de feno do Paraná. No entanto, os desafios persistem, e a incerteza paira sobre a viabilidade econômica da produção leiteira no Brasil.
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