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Vacina contra câncer de mama agressivo é promissora em testes

Fidel Forato

Vacina contra câncer de mama agressivo é promissora em testes

Nesta semana, os cientistas da empresa de biotecnologia Anixa Biosciences anunciaram resultados promissores da nova vacina que, potencialmente, impede o retorno de casos mais agressivos de câncer de mama
. Na Fase 1 do estudo clínico, todas as voluntárias produziram respostas imunológicas robustas contra o tumor, o que indica provável eficácia.

“Esta vacina foi projetada para direcionar o sistema imunológico para destruir as células cancerígenas do câncer de mama triplo negativo [CMTN] por meio de um mecanismo que nunca foi utilizado no desenvolvimento de vacinas contra o câncer”, afirma Amit Kumar, presidente e CEO da companhia, em nota.

Câncer de mama triplo negativo

Aqui, vale entender do que se trata um quadro de câncer de mama triplo negativo. O tumor recebe este nome porque as células cancerígenas não possuem receptores para dois hormônios, a progesterona e o estrogênio. As células também não produzem uma proteína conhecida como HER2.


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Como a maioria dos tratamentos oncológicos disponíveis focam em atingir os receptores ou a proteína, a eficácia das terapias é reduzida. Em paralelo, esse tipo de tumor costuma crescer mais rápido que os outros, o que faz dele mais agressivo.

“Há uma grande necessidade não atendida na área de prevenção do CMTN, uma forma agressiva de câncer de mama com poucas opções de tratamento direcionadas disponíveis”, lembra Thomas Budd, médico do Cleveland Clinic Cancer Institute e um dos responsáveis pelos testes.

Vacina gera proteção

Como a equipe ainda está na primeira fase, o objetivo foi verificar a dose máxima tolerável pelos pacientes e, se nesta quantidade, é possível gerar uma resposta imunitária satisfatória. Para isso, foram recrutadas 16 mulheres que já tinham sido tratadas após diagnóstico do câncer de mama triplo negativo.

As pacientes em remissão receberam três doses da vacina, com intervalo de duas semanas entre cada uma. Em seguida, foram medidas as respostas imunológicas através da contagem dos linfócitos (células) T e B.

A resposta das células T foi observada em 75% das pacientes (12), mas a produção dos linfócitos B só foi observada nas concentrações mais altas da vacina. No geral, esta foi uma promissora resposta imunológica. Outro ponto vantajoso foi relacionado aos efeitos adversos, sendo o mais comum a irritação no local da aplicação da vacina. Nenhum efeito colateral grave foi relatado.

Estes resultados da Fase 1 foram apresentados durante o San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS) de 2023, que ocorreu nos EUA. Até o momento, os dados não foram publicados em nenhuma revista científica e nem passaram por revisão de pares.

Em paralelo, um novo estudo clínico irá avaliar os efeitos da vacina da Anixa com o remédio Keytruda (pembrolizumab), da farmacêutica MSD
, no tratamento contra diferentes tipos de câncer.

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