A Agência Estadual de Regulação (AGEMS) está presente no 10º Congresso Internacional de Ecologia e Gestão do Fogo, que acontece na cidade de Monterey, Califórnia, Estados Unidos. Integrante da Câmara Técnica de Energia, o engenheiro eletricista Paulo Ajeje leva ao evento a experiência da Agência Reguladora na fiscalização e discussão sobre prevenção a incêndios florestais, que gerou um estudo de caso desenvolvido na região leste de Mato Grosso do Sul onde vêm se expandindo as floretas de eucalipto.
De 4 a 8 de dezembro, o Congresso reúne estudiosos e especialistas do mundo todo para workshops, viagens de campo e três dias inteiros de apresentações, grupos de discussão e oportunidades de networking em torno do tema.
A prevenção a incêndios florestais causados por danos na rede elétrica rural é uma preocupação da Agência, que tem atuado junto às concessionárias de energia e à cadeia produtiva de celulose, envolvendo produtores de eucalipto e as indústrias.
“A energia elétrica em si não é uma causa direta de incêndios florestais, mas condições precárias das linhas de transmissão ou das redes de distribuição rurais, o mau dimensionamento ou funcionamento da proteção de equipamentos elétricos e outros fatores, podem ocasionar curtos-circuitos e sobrecargas que, por sua vez, podem causar incêndios”, ressalta Ajeje. “Nosso estudo e nosso trabalho de campo refletem essa preocupação. Acredito que vai ser muito produtivo compartilhar essa experiência e também trazer desse congresso conhecimento para enriquecer o nosso trabalho”.
“Nós temos investido em informação, capacitação e tecnologia para contribuir com o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul. Nossa presença em uma discussão como essa, com experiências do mundo todo, é mais uma ferramenta de conhecimento para garantir o fornecimento seguro de energia elétrica”, aponta o diretor-presidente Carlos Alberto de Assis.
Risco e prevenção
O Brasil é um dos principais produtores de eucalipto do mundo, com extensas plantações concentradas principalmente nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Espírito Santo. A espécie é amplamente utilizada para produção de papel, celulose, madeira para construção, carvão vegetal e produção de energia elétrica.
A estimativa é de que Mato Grosso do Sul tenha mais de 1,3 milhão de hectares, com expectativa de atingir 2,0 milhões até 2030, ou seja, aproximadamente 5,6% do território estadual.
Estudos técnicos revelam que as áreas de plantio de eucalipto apresentam alto risco de ocorrência de incêndios, porque além da disponibilidade de madeira, existe o depósito contínuo de folhas e galhos no solo, provenientes dos plantios e da vegetação, formando uma manta orgânica que serve como material combustível.