Dezembro finalmente chegou e, pensando no Natal, o Prime Video decidiu apostar em uma comédia estrelada por Eddie Murphy para ser seu chamariz. Intitulado A Batalha de Natal
, o longa tem boa intenção, mas é totalmente atrapalhado e quase fica cansativo.
Na trama, o ícone da comédia vive Chris, um homem apaixonado pela data e que todos os anos tenta ganhar a batalha de decoração natalina do bairro, mas sempre acaba em segundo lugar, atrás do seu vizinho irritante, Bruce (Ken Marino). Neste ano, após ser demitido por um chefe mais novo, ele se depara com uma esperança: o concurso anual irá pagar US$ 100 mil para o vencedor.
E é movido por esse espírito competitivo que Chris e sua filha mais nova, Holly (Madison Thomas), embarcam em uma aventura em busca dos melhores enfeites e, como consequência, cruzam com uma pequena loja no caminho. Lá, eles conhecem Pepper (Jillian Bell), uma vendedora simpática mas que esconde um segredo: ela é uma elfa que foi banida do Natal pelo Papai Noel e agora se empenha em fazer da vida de todos um inferno.
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Sem saber disso, Chris assina um contrato cheio de letrinhas miúdas que garante que ele se transformará em um boneco de porcelanas se não conseguir coletar um determinado número de moedas de ouro até a véspera de Natal.
A partir desse ponto, o filme, que até então parecia promissor, arranca fazendo uma miscelânea de gêneros. Ora é um terror infantil que tenta assustar as criancinhas mais medrosas, ora cai no melodrama familiar de Natal no qual todos têm que se ajudar, mas principalmente é um longa de ação cuja corrida contra o tempo é muito atropelada e pouco aproveitada.
A sensação que fica no espectador é que ele está assistindo a vários filmes dentro de um só, e que não consegue aproveitar os detalhes com calma porque a narrativa é apressada. À medida que Chris tenta conseguir as moedas e salvar sua vida, suas aventuras se tornam cada vez mais excêntricas e nada convincentes.
Ora, estamos falando de um filme de Natal onde a magia é permitida, mas aqui até a tal mágica se torna exagerada e a sensação que fica é que o roteiro de Kelly Younger foi escrito por várias mãos ao mesmo tempo, sem ter uma ideia clara de onde queria chegar.
De boas intenções o inferno está cheio
Se tem uma coisa que merece elogio em A Batalha de Natal
é a animação dos bonecos de porcelana. Eles são o charme do longa e foram muito (mas muito mesmo!) bem trabalhados. Eles não soam artificiais e prendem a atenção do público, além de darem fôlego para a história. Afinal, todo mundo quer saber se eles voltarão a ser pessoas reais ou se ficarão para sempre presos no presépio.
A dobradinha de Murphy e Madison Thomas também faz o filme ficar mais agradável e até engraçadinho, mas nem mesmo eles salvam a trama. É preciso reforçar aqui que, com todos esses erros, o longa não chega no topo das produções natalinas, mas também está longe do fundo do poço.
A trama realmente teve boa intenção, só foi mal executada. O cenário ensolarado da Califórnia também não contribui para criar um clima natalino ao qual estamos acostumados em produções americanas. Mesmo sendo brasileiros, fica difícil comprar a ideia de que um longa que se passa lá na América do Norte vai ser quente e ensolarado. É um pequeno detalhe que ajuda a minar o já frágil clima natalino da produção.
Por fim, Eddie e o resto do elenco se esforçam para fazer o melhor em cena, o público se esforça para acompanhar a história, mas o roteiro tropeça demais em si mesmo. Ainda assim, quem quiser dar uma chance ao longa, o encontra no Prime Video.
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