Uma pesquisa publicada na última quarta-feira (29) na revista científica Alzheimer’s & Dementia
afirma que determinados traços de personalidade podem proteger uma pessoa da demência — ou aumentar o risco ainda mais. Para chegar a essa descoberta, os cientistas analisaram estudos publicados anteriormente, que ao todo incluíram 44.531 participantes (dos quais 1.703 desenvolveram a doença neurodegenerativa).
Os pesquisadores analisaram dados de oito estudos, e se atentaram a cinco traços de personalidade e três aspectos do bem-estar (positivo, negativo e satisfação com a vida) em comparação com sintomas clínicos de demência com base em testes cognitivos e patologia cerebral na autópsia.
Eles descobriram que a consciência, a extroversão e o bem-estar positivo protegiam contra o diagnóstico de demência, enquanto o neuroticismo e o estado negativo eram fatores de risco. Pontuações elevadas em características como satisfação com a vida também foram consideradas protetoras.
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Esse bem-estar negativo envolve condições como raiva, ansiedade, repulsa, culpa e medo, e está relacionado ao neuroticismo (instabilidade emocional). A teoria dos especialistas é que esse humor tem relação com a neuroinflamação, particularmente para pessoas com níveis elevados de beta amilóide — uma proteína associada ao Alzheimer
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Conforme sugerem os pesquisadores, a inflamação pode predispor os indivíduos a sintomas depressivos, criando um caminho entre a inflamação e fatores psicológicos.
Traços de personalidade e demência
A equipe aponta que alguns traços de personalidade podem tornar as pessoas mais resilientes à deficiência cognitiva observada na demência e que aqueles com níveis mais elevados de algumas características podem ser capazes de lidar com e contornar a deficiência.
As descobertas sugerem que direcionar os traços de personalidade para uma intervenção mais cedo na vida pode ser uma forma de reduzir o risco de demência a longo prazo. O que fazer com o diagnóstico precoce de demência
ainda é um desafio para a ciência.
Assim, os pesquisadores planejam expandir seu trabalho, incluindo a observação de pessoas com demência, mas com pouco comprometimento cognitivo. Eles também esperam examinar outros fatores cotidianos que possam desempenhar um papel no desenvolvimento da doença neurodegenerativa.
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