terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Ônibus continuam parados nesta terça mesmo com liminar para fim da greve e frota segue sem previsão de retorno

A greve dos motoristas do Consórcio Guaicurus continua hoje (16) em Campo Grande, mesmo após decisão judicial que determinou a manutenção de parte do serviço. O sindicato da categoria confirmou que a paralisação segue por falta de pagamento integral dos salários de novembro e do 13º salário, e afirma que a volta ao trabalho só ocorrerá após a quitação total dos valores em aberto.

Na madrugada de ontem, durante o plantão judiciário, o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-24) concedeu liminar determinando a circulação mínima equivalente a 70% dos trabalhadores em atividade enquanto durar a paralisação. A decisão também fixou multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento, com possibilidade de outras medidas coercitivas.

Apesar disso, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande sustenta que o consórcio efetuou apenas metade dos pagamentos atrasados e que a proposta não atende às exigências definidas em assembleia. Segundo a categoria, a paralisação é por tempo indeterminado e inclui, além do salário de novembro e do 13º, o adiantamento previsto para o dia 20, com a reivindicação de que tudo seja pago de uma só vez.

O impasse envolve versões distintas. A Prefeitura de Campo Grande informou que os repasses ao Consórcio Guaicurus estão em dia e que a paralisação não teria relação com pagamentos municipais. Já o consórcio alega dificuldades financeiras, atribuindo a crise à falta de recursos ligados a componentes tarifários, subsídios e vale-transporte, o que, segundo a empresa, compromete o cumprimento das obrigações trabalhistas.

Em nota, o TRT-24 esclareceu que o sindicato foi notificado formalmente às 12h36 desta segunda-feira (15/12) sobre a decisão que estabelece a manutenção mínima de 70% dos trabalhadores em atividade, reforçando que o transporte coletivo é serviço essencial. O tribunal destacou ainda que reconhece o direito constitucional de greve e a gravidade do não recebimento de vencimentos, mas que a paralisação total não pode ser aceita por afetar o acesso da população ao serviço público de transporte urbano.

Para tentar destravar a negociação, uma audiência de conciliação foi marcada para esta terça-feira (16), às 15h45, na sede do TRT-24. O presidente do sindicato, Demétrio Freitas, convocou os trabalhadores a comparecerem uniformizados e com crachá. De acordo com o Sindicato, até que haja pagamento integral dos valores cobrados, a greve continua.