sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Motoristas aprovam greve e Campo Grande pode ficar sem ônibus a partir de segunda-feira

Campo Grande pode enfrentar uma paralisação total no transporte coletivo a partir da próxima segunda-feira (15), caso Consórcio Guaicurus e trabalhadores não cheguem a um acordo sobre o pagamento dos salários de dezembro. A decisão pelo indicativo de greve foi tomada na madrugada desta quinta-feira (11), durante assembleias realizadas simultaneamente nas garagens do consórcio, após motoristas completarem sete dias sem receber.

A categoria também cobra o pagamento da segunda parcela do 13º salário, com vencimento no dia 20, e do vale correspondente a 40% da remuneração, previsto para a mesma data. Segundo os trabalhadores, é a primeira vez que o salário mensal atrasa — até então, os atrasos eram restritos ao vale. Sem a regularização imediata de todos os repasses, os motoristas afirmam que a paralisação será inevitável.

Mesmo com a greve aprovada, a operação dos ônibus segue normal nesta quinta-feira enquanto se aguarda uma solução entre Consórcio Guaicurus, sindicato e prefeitura. Caso os pagamentos não sejam efetuados até segunda-feira, nenhum veículo deverá sair das garagens.

Durante as assembleias — uma na Avenida Gury Marques, na Vila Cidade Morena, e outra na Rua Marina Luiza Spengler, no bairro Ana Maria do Couto — cerca de 200 motoristas participaram das deliberações. Ambas ocorreram antes das 4h30, horário em que começam os primeiros turnos. A adesão foi unânime pela paralisação.

O consórcio, por sua vez, afirma enfrentar uma grave crise financeira causada pela inadimplência do poder público nos repasses referentes ao Vale-Transporte, subsídios e outros componentes tarifários. A empresa sustenta que a falta desses recursos compromete diretamente a continuidade do serviço e o cumprimento das obrigações trabalhistas.

Com a aprovação da greve, o sindicato deve notificar ainda hoje a Prefeitura de Campo Grande, Câmara Municipal, Polícia Militar, hospitais e o Judiciário sobre a possibilidade de interrupção total do transporte coletivo. Se nenhum acordo for firmado, a segunda-feira começará sem ônibus na capital sul-mato-grossense.

A tensão nas garagens já se arrasta há dias. Motoristas com décadas de atuação no sistema afirmam nunca terem vivenciado atraso no pagamento salarial, o que ampliou o clima de insegurança entre os profissionais. A categoria afirma que chegou ao limite e aguarda uma resposta rápida para evitar a paralisação que deve afetar milhares de passageiros.

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