sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Com linguagem visual própria, Byel fez a diferença no audiovisual

A trajetória de Byel nas redes sociais ajuda a explicar uma mudança que vem ganhando espaço no audiovisual produzido por jovens no Brasil. Diferente do modelo acelerado que dominou a primeira geração de vídeos curtos, seu trabalho se apoia em registros silenciosos, enquadramentos simples e uma observação constante do cotidiano elementos que se tornaram marca da sua produção. 

O estilo não surgiu como projeto formal, mas como resultado de experimentações feitas desde que começou a registrar cenas da própria rotina. Ao longo do tempo, essas escolhas a câmera parada, a luz natural, o uso do ambiente como narrativa passaram a compor uma identidade visual reconhecível, construída sem equipamento sofisticado e sem a lógica tradicional de viralização.

Especialistas em comunicação digital apontam que o interesse pelo conteúdo de Byel ocorre num momento em que parte do público busca narrativas menos artificiais. Seus vídeos, muitas vezes centrados em movimentos simples ou paisagens urbanas, contrastam com a alta edição que domina as plataformas. Essa estética mais lenta e observacional, segundo pesquisadores, dá ao espectador espaço para interpretar a cena em vez de receber uma mensagem pronta.

Embora produza de forma independente, Byel acabou se tornando um caso frequente em análises sobre como jovens criadores lidam com imagem e presença digital. Sua produção demonstra que a construção de identidade nas redes não depende apenas de efeitos visuais ou recursos técnicos, mas também de coerência estética e de uma leitura sensível do ambiente em que se vive.

Outro ponto destacado por profissionais do setor é que a trajetória de Byel revela um processo de amadurecimento das linguagens digitais brasileiras. Ao priorizar o cotidiano como matéria-prima, ele se afasta de estratégias convencionais de influenciadores e se aproxima de um registro mais autoral, no qual a narrativa se dá pela imagem e não pela fala.

Esse tipo de abordagem tem contribuído para ampliar o entendimento sobre o audiovisual produzido na periferia das grandes cidades, onde recursos limitados convivem com alto potencial criativo. No caso de Byel, essa combinação fez com que sua estética fosse observada como parte de um movimento maior não como tendência fabricada, mas como resposta espontânea de uma geração que busca novas formas de se expressar.

A presença dele em discussões sobre comportamento digital mostra que o atual cenário das redes oferece espaço para múltiplos modos de contar histórias. O percurso de Byel, ainda em desenvolvimento, ajuda a iluminar esse momento de transição em que simplicidade, observação e ritmo próprio passaram a ganhar valor no ambiente audiovisual brasileiro.

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