O Ministério Público do Rio de Janeiro divulgou nova campanha sobre violência psicológica contra mulheres e destacou o relato de Mariana Goldfarb, que descreveu a experiência em relacionamento abusivo e explicou por que decidiu quebrar o silêncio. A influenciadora afirmou que viveu sinais claros de controle, manipulação e sofrimento emocional, situação que, segundo ela, chegou ao “último respiro”. O objetivo da ação é ampliar o alcance do tema e incentivar denúncias no primeiro indício de agressão.
*O texto aborda temas sensíveis, como violência doméstica e violência contra a mulher, podendo desencadear reações diversas em algumas pessoas
A fala de Mariana Goldfarb foi exibida pelo MPRJ em vídeo publicado nas redes. A influenciadora aceitou participar da campanha para reforçar a identificação de sinais de violência psicológica. O órgão explicou que a fase inicial do ciclo envolve tensão constante, sensação de culpa e mudanças de comportamento para evitar conflitos. O conteúdo alerta que muitas vítimas acreditam ser responsáveis pelo problema, o que dificulta a compreensão da gravidade.
A campanha apresenta exemplos comuns de agressão emocional. O MPRJ afirmou: “Você ‘fala alto demais’, sua postura é ‘errada’, sua roupa é ‘inadequada’”. O texto explica que mulheres tentam se moldar para salvar vínculos afetivos, mas acabam se anulando. O órgão afirma que amigos e familiares identificam a violência antes da própria vítima, devido à dependência emocional envolvida.
O vídeo mostra Mariana dizendo: “Não é amor. E eu acho que nunca foi amor. E a gente acha que não vai acontecer com a gente, mas acontece. Eu consegui sair num momento que eu tinha só mais 5% de oxigênio. Ou eu usava aquele 5% naquele momento, ou ali eu ia morrer”. A influenciadora relatou que a violência psicológica não deixa marcas visíveis, mas afeta o corpo. Ela afirmou: “Aparecendo no meu corpo em formas de queda de cabelo, olho tremendo, falta de apetite, doença como anorexia”.
A campanha explica que a violência emocional cria um ambiente estável apenas em aparência. Mariana reforçou: “Tudo é para te desestabilizar e é tudo sobre controle”. Ela explicou que vivia em tensão permanente. “Era sempre um pisar em ovos e era sempre uma coisa muito extenuante”, afirmou. O MPRJ destaca que esse padrão envolve ciclos de medo, silêncio e desgaste emocional contínuo.
O órgão também afirma que, em muitos casos, agressões incluem isolamento social. Mariana disse que pessoas próximas alertavam sobre a situação: “Eu comecei a ouvir muito das minhas amigas e do meu círculo familiar de que aquilo estava errado”. Ela contou que perdeu vínculos e autonomia afetiva: “A tua família também não presta”. Segundo o MPRJ, essa tática enfraquece a rede de apoio e facilita o domínio do agressor.
A influenciadora disse que sair da relação exige apoio. “A partir do momento que você tem um entorno, fica mais difícil de te manipular”, disse. Ela relatou que ouviu repetidamente críticas sobre quem a cercava, o que aumentava a vulnerabilidade. O MPRJ explica que esse quadro cria dependência emocional profunda, dificultando o rompimento.
Mariana diz que a violência psicológica afeta a identidade da vítima: “A partir do momento que essa tua identidade foi aniquilada, é como se a gente fosse um zumbi”. Ela relatou que acreditar na própria incapacidade é consequência do abuso contínuo.
Mariana contou que resistiu antes de romper definitivamente. “Eu demorei anos, não é fácil”, afirmou. Ela explicou que a saída exige coragem, mesmo quando o desgaste emocional atinge níveis extremos. A influenciadora finalizou com mensagem direta às vítimas: “Não ignora os sinais. Não acha que esse é o único tipo de relação possível, porque não é”.








