A instabilidade que há anos marca os bastidores do futebol de Mato Grosso do Sul ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (2). O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-MS) iniciou o julgamento sobre a polêmica decisão monocrática do departamento de competições da Federação de Futebol de MS (FFMS), que alterou a data da partida entre Taveirópolis e Pantanal, originalmente marcada para 22 de novembro.
O problema, porém, não está apenas na mudança — algo previsto no regulamento — mas na forma como ela ocorreu. Segundo o Taveirópolis, a alteração foi comunicada às pressas, apenas dois dias antes do jogo, sem o devido respaldo oficial e sem aprovação da diretoria do clube. A equipe, sentindo-se prejudicada, levou o caso ao TJD.
Durante a sessão realizada ontem, os auditores foram claros: antes de seguir com o julgamento, querem comprovação documental da FFMS. O Tribunal deu prazo de 48 horas para que a entidade apresente todos os ofícios, justificativas e documentos formais que embasaram a mudança da partida.
A cobrança expõe de novo uma velha ferida. O futebol sul-mato-grossense, já fragilizado por calendários curtos, estádios interditados e decisões administrativas contestadas, volta a ser questionado pela falta de transparência e organização. A alteração do jogo por “falta de estádio” reacende o debate sobre a precariedade estrutural do campeonato e a condução dos atos pela federação.
Enquanto o processo corre, a bola não para. O Taveirópolis tem compromisso importante neste sábado, quando enfrenta o Corumbaense, no estádio Arthur Marinho. Mesmo focado na partida, o clube aguarda a resposta da FFMS ao TJD, que pode impactar diretamente a tabela e o planejamento da equipe.
O desfecho desse caso pode ir muito além de uma simples mudança de data: pode definir se o campeonato seguirá com credibilidade — ou se mais uma vez ficará marcado por decisões improvisadas e contestadas.









