quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Veneza: vale a pena fazer um bate-volta?

Esse é um dos temas mais polêmicos quando o assunto é montar um roteiro pela Itália. Eu, que já estive algumas vezes por lá, experimentei as duas formas: ficando hospedado em Veneza e fazendo um bate-volta. E posso garantir que optar pelo bate-volta não torna a experiência pior, muito pelo contrário.

O que você precisa é entender qual o melhor formato de roteiro pra sua realidade e pro tempo que você tem disponível. Não adianta querer encaixar dez cidades em apenas dez dias de viagem. É o tipo de planejamento que te faz passar mais tempo dentro de trem do que aproveitando o destino. O segredo é escolher boas cidades-base, e a partir delas fazer deslocamentos estratégicos. É exatamente o que eu sempre falo nas minhas redes: viajar de forma inteligente é viajar com propósito e planejamento.

No caso de Veneza, cidades como Verona, Florença ou Milão funcionam muito bem como base. De Verona, a viagem de trem leva cerca de 1h15; de Florença, em torno de 2 horas; e de Milão, 2h30. Ou seja, se você sair cedo, dá pra chegar ainda pela manhã e aproveitar o dia inteiro, voltando à noite.

Eu, particularmente, sempre prefiro ficar em Milão. A partir de lá, faço um bate-volta para Verona em um dia e outro para Veneza. Depois, desço para Florença, onde costumo me hospedar por pelo menos duas noites, sendo um dia inteiro para curtir a cidade e outro para fazer um bate-volta até Pisa. Esse formato deixa a viagem muito mais leve, organizada e com tempo suficiente para aproveitar cada lugar com calma.

Além da praticidade, tem a questão da mala. Em Veneza não entram carros, e se hospedar lá significa ter que andar por ruelas, pontes e, às vezes, até pegar barco com bagagem. As hospedagens dentro da ilha também costumam ser mais caras e, muitas vezes, simples pelo que cobram. Então, pra quem quer evitar esse tipo de transtorno, o bate-volta é uma ótima alternativa.

Mas há um detalhe importante que muita gente esquece: a taxa de acesso. Nos últimos anos, Veneza passou a cobrar uma taxa diária para quem visita a cidade sem pernoitar. Em 2025, por exemplo, ela foi aplicada em dias específicos entre abril e julho, principalmente em fins de semana e feriados, custando 5 euros se comprada com antecedência ou 10 euros para pagamento na hora. Para 2026, as datas e valores ainda não foram divulgados, mas o governo local já confirmou que a cobrança será mantida como uma medida para controlar o número de visitantes e evitar o turismo de massa.

Por isso, antes de decidir o dia da sua visita, vale conferir se a taxa estará em vigor, e, se estiver, comprar o ingresso com antecedência.

No fim das contas, fazer ou não o bate-volta vai depender do tipo de experiência que você busca. Se quiser ver a cidade iluminada à noite, jantar à beira de um canal e curtir o silêncio depois que os grupos vão embora, dormir em Veneza pode ser mais interessante. Mas se o seu tempo é curto e você quer conhecer vários lugares da Itália, o bate-volta é totalmente possível e pode ser uma das experiências mais práticas da viagem.

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