Quando se pensa em Goiás, o que vem à mente? O agronegócio, a música sertaneja ou as águas termais de Caldas Novas (GO)? Sob a superfície do Cerrado, no entanto, existe um tesouro que coloca o estado na rota mundial do turismo: um mundo subterrâneo com mais de 1.000 cavernas catalogadas.
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Mas por que tantas? Como Goiás se transformou em um “queijo suíço” geológico? A resposta não é um acaso, é pura ciência.
O grande segredo tem um nome: rocha calcária. Vastas áreas do estado, especialmente na região nordeste goiana, são formadas por esse tipo de rocha, composta principalmente por carbonato de cálcio.O calcário funciona quase como um bloco de açúcar. O segundo ingrediente dessa fórmula é a água, tanto dos rios quanto da chuva.A água da chuva, ao absorver o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e do solo, torna-se levemente ácida. Ao longo de milhões de anos, essa água ácida penetra nas fissuras do solo e, lentamente, dissolve quimicamente o calcário. Esse processo geológico, lento e implacável, é chamado cientificamente de “relevo cárstico”.
É essa “erosão química” que esculpiu os salões gigantescos, galerias profundas e rios subterrâneos que hoje formam o Parque Estadual de Terra Ronca (PETER). Localizado no município de São Domingos, no estado de Goiás, o PETER é um dos maiores complexos de cavernas da América Latina e abriga algumas das “bocas” de caverna mais impressionantes do planeta.
Mas não é só em Terra Ronca. Esse mesmo fenômeno geológico se repete em outras áreas de Goiás com a mesma rocha-mãe. No sudoeste goiano, por exemplo, o município de Caiapônia (GO), também se destaca com complexos de grutas e dolinas (depressões formadas pelo desabamento do teto de uma caverna).







