sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Após pedido Landmark, Denasus confirma auditoria nas contas da saúde para apurar desvio de R$ 156 milhões  

 

O Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) confirmou que realizará uma auditoria nas contas da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, após denúncia de um possível desvio de R$ 156 milhões de recursos destinados ao setor. A informação foi formalizada por meio de ofício encaminhado ao gabinete do vereador Landmark Rios (PT), que tem acompanhado o caso em conjunto com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

A denúncia foi protocolada em agosto deste ano pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS) junto à 32ª Promotoria de Justiça do MPMS, após o colegiado afirmar que há quase um ano não recebe extratos bancários nem informações detalhadas sobre as contas do Fundo Municipal de Saúde, o que representa falta de transparência na gestão dos recursos públicos.

De acordo com os documentos apresentados, o valor teria sido utilizado para o pagamento de despesas alheias à saúde, em desacordo com a legislação. Além disso, fornecedores e prestadores de serviço relataram atrasos nos pagamentos de contratos, comprometendo o funcionamento da rede municipal.

O vereador Landmark, que levou o caso à tribuna da Câmara e acionou o Denasus, reforçou que a apuração é essencial diante do cenário de colapso enfrentado pelo sistema de saúde da Capital. “O Denasus vai investigar porque há dinheiro vindo da União e do Estado, mas o povo continua sem remédio, sem médico e com postos sucateados. Falta transparência. Falta gestão. Campo Grande precisa saber para onde está indo o dinheiro da saúde”, afirmou.

Em visitas recentes às unidades básicas de saúde e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas últimas semanas, o parlamentar constatou falta de ao menos 37 medicamentos essenciais, equipamentos quebrados e servidores usando aparelhos pessoais para atender pacientes. No CAPS, por exemplo, a Prefeitura teria comprado apenas mil comprimidos de Depakene, quantidade suficiente para menos de duas horas de atendimento, conforme apuração feita pelo gabinete do vereador.

Entre janeiro e agosto de 2025, o governo federal repassou mais de R$ 428 milhões em recursos, investimentos e convênios para a saúde de Campo Grande. Mesmo assim, há déficit de medicamentos, filas de espera e estruturas deterioradas, o que reforçou a necessidade de uma auditoria detalhada.
O Conselho Municipal de Saúde também solicitou que o caso seja acompanhado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal (MPF), com o objetivo de assegurar transparência e responsabilização.

Para Landmark, a medida é um passo importante para restaurar a confiança da população e garantir que os recursos públicos sejam aplicados com responsabilidade e foco no atendimento à população. “Enquanto a Prefeitura corta gastos de todo lado, falta o básico para a população. A auditoria do Denasus é uma resposta ao descontrole que a gente vem denunciando. Vamos acompanhar até o fim para garantir que a verdade apareça e que o dinheiro da saúde volte para quem realmente precisa”, concluiu o vereador.

camara.ms.gov.br