Na manhã de 19 de outubro de 2025, ladrões experientes invadiram o Louvre pela fachada voltada para o Sena usando uma cesta elevadora. Eles forçaram uma janela, quebraram vitrines na famosa Galerie d’Apollon e levaram joias de valor histórico ligadas à coleção real francesa. A ação durou poucos minutos. O museu foi evacuado e fechado enquanto a polícia fazia a perícia. O episódio escancarou fragilidades de segurança e mostrou que, mesmo com toda a tecnologia atual, nem o museu mais famoso do mundo está imune a crimes ousados.
E, claro, essa não é a primeira vez que o Louvre vive cenas dignas de filme.
Separei aqui os casos mais absurdos e marcantes em que o museu precisou fechar as portas ou lidar com situações inacreditáveis.
1. 2025 – Greve-surpresa por superlotação
Em junho de 2025, o Louvre amanheceu fechado, sem aviso prévio.
Funcionários cruzaram os braços em protesto contra a superlotação, a falta de pessoal e as condições precárias de trabalho. Milhares de turistas que haviam comprado ingresso antecipado ficaram horas presos do lado de fora, sem informação alguma. O episódio expôs os bastidores de um problema recorrente: o turismo de massa que ameaça o funcionamento e a experiência nos maiores museus do mundo.
2. 2024 – A “sopa” na Mona Lisa
Em 28 de janeiro de 2024, duas ativistas do grupo Riposte Alimentaire jogaram sopa sobre o vidro que protege a Mona Lisa, em protesto por um sistema alimentar mais sustentável. A obra, felizmente, não sofreu danos, mas o impacto visual foi enorme, a imagem da sopa escorrendo sobre o vidro viralizou no mundo todo. A sala precisou ser evacuada e isolada, e o museu reforçou a segurança em torno das principais obras.
3. 2017 – Ataque com facão
Em fevereiro de 2017, um homem armado com facão e latas de spray tentou atacar soldados que faziam a segurança da entrada do Carrousel du Louvre. O museu foi imediatamente evacuado, e o agressor, baleado.
A investigação mostrou que ele tinha motivações terroristas, o que levou o governo francês a reforçar permanentemente o policiamento em locais turísticos.
4. 1939 – Furto da pintura L’Indifférent, de Watteau
Em junho de 1939, a pintura L’Indifférent, de Jean-Antoine Watteau, foi cortada de suas fixações e furtada em plena luz do dia. O desaparecimento só foi percebido mais tarde, revelando falhas graves de vigilância. O episódio antecedeu por poucos meses a eclosão da Segunda Guerra Mundial e contribuiu para que o museu passasse por mudanças emergenciais de segurança.
5. 1939 – O fechamento para evacuar as obras
Pouco depois, em agosto de 1939, o Louvre fechou as portas por alguns dias para realizar uma das operações mais impressionantes de sua história: a evacuação de todo o acervo. Mais de 2 mil caixas com pinturas e esculturas (incluindo a Mona Lisa) foram transportadas por caminhões para castelos no interior da França, onde permaneceram escondidas durante o conflito. Foi um fechamento necessário para proteger o que havia de mais valioso da arte ocidental.
6. 1911 – O furto da Mona Lisa
Em 21 de agosto de 1911, Vincenzo Peruggia, um funcionário italiano do museu, entrou disfarçado com uniforme de trabalho, retirou a Mona Lisa da parede e saiu com a obra escondida debaixo do casaco.
O roubo só foi descoberto no dia seguinte. A pintura ficou desaparecida por dois anos, até ser recuperada em 1913. O episódio fez a Mona Lisa ganhar fama mundial e transformou o Louvre em sinônimo de mistério e vigilância.
7. 1796–1801 – O primeiro fechamento por problemas estruturais
Entre 1796 e 1801, o Louvre precisou fechar completamente devido a rachaduras, infiltrações e risco de desabamento em algumas alas.
Mais de dois séculos depois, em 2025, a presidência do museu voltou a alertar para o mesmo tipo de problema: a deterioração dos edifícios históricos. Ou seja, até o museu que abriga a Mona Lisa precisa, de tempos em tempos, de uma boa reforma.
De furtos e ataques a protestos e greves, o Louvre é palco de tudo o que a humanidade tem de mais genial e, ao mesmo tempo, mais caótico.
Cada fechamento vira manchete porque lembra que a arte é poderosa, e vulnerável. E se até o Louvre precisa ser protegido de nós mesmos, é sinal de que a civilização ainda tem muito a aprender sobre o valor do que cria.