segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Rádio SOUCG

  • ThePlus Audio

Novo crédito habitacional amplia acesso da classe média à casa própria e promete 80 mil novas moradias até 2026

O governo federal anunciou um novo modelo de crédito imobiliário que amplia o acesso da classe média aos programas de habitação do país. A iniciativa, lançada nesta quinta-feira (10) durante o evento Incorpora 2025, em São Paulo, tem como foco famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, que até então estavam fora das faixas do Minha Casa, Minha Vida.

O novo sistema reestrutura o uso da poupança para aumentar a oferta de crédito e moderniza as regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). A previsão é de que a Caixa Econômica Federal financie mais de 80 mil moradias até 2026, oferecendo novas oportunidades para quem deseja comprar o primeiro imóvel ou buscar uma casa maior.

Novas condições de financiamento

  • Valor máximo do imóvel: sobe de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões;

  • Renda familiar atendida: de R$ 12 mil a R$ 20 mil;

  • Taxa de juros limitada a 12% ao ano;

  • Financiamento de até 80% do valor do imóvel pela Caixa;

  • Operações realizadas dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Com as mudanças, a proposta busca atender uma faixa da população que ficava no meio do caminho — sem acesso aos subsídios do Minha Casa, Minha Vida, mas também sem condições de financiar imóveis nos moldes do mercado.

Nova estrutura da poupança

O modelo também modifica a forma como os recursos da caderneta de poupança são aplicados. Atualmente, 65% dos depósitos precisam ser direcionados obrigatoriamente ao crédito habitacional. A partir de uma transição até 2027, esse direcionamento será flexibilizado e os depósitos compulsórios no Banco Central serão gradualmente extintos.

Na prática, o total dos recursos aplicados na poupança passará a ser referência para o volume de dinheiro que os bancos devem destinar ao financiamento imobiliário — incluindo tanto o SFH quanto o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).

Essa mudança deve aumentar a concorrência entre os bancos, facilitar o crédito e atrair novas instituições financeiras para o setor. Além disso, o governo espera que a modernização ajude a reverter a queda nas captações da poupança, que em 2025 já registrou resgate líquido de R$ 78,5 bilhões.

Transição até 2027

Durante o período de adaptação, as regras atuais continuam valendo: 65% dos depósitos devem ser usados em crédito habitacional, 20% ficam no Banco Central e 15% são livres. A proporção será alterada gradualmente até que o novo sistema entre em vigor plenamente em janeiro de 2027.

O objetivo é aumentar o volume de crédito imobiliário, tornando o acesso à moradia mais viável para famílias de renda média e reduzindo o custo dos financiamentos.

Mais crédito e mais moradias

De acordo com o governo, o novo modelo deve estimular o setor da construção civil, gerar empregos e garantir moradias com melhores condições de financiamento. Ao ampliar o teto de valor e a faixa de renda, a expectativa é que milhares de famílias que antes não tinham acesso ao crédito possam agora financiar seu imóvel próprio em condições mais equilibradas.

A iniciativa faz parte de um conjunto de medidas voltadas à retomada do crédito habitacional e à expansão do mercado imobiliário, estimulando o investimento privado e a construção de novas moradias em todo o país.