quinta-feira, 9 de outubro de 2025

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Celular esquentando? Engenheiro explica quando se preocupar

rawpixel/Freepik

Especialista alerta para riscos do superaquecimento e dá dicas do que pode ocasionar o problema

Os celulares esquentam porque são sistemas elétricos compactos que consomem energia e dissipam calor, segundo o engenheiro eletricista Biagione Rangel de Araújo, especialista em segurança elétrica.

O processador, a bateria e a tela são os principais responsáveis por essa elevação de temperatura, especialmente o processador, que concentra milhões de transistores operando ao mesmo tempo.

Atividades como jogos, gravação de vídeos, uso do GPS e aplicativos pesados exigem mais do aparelho, aumentando o consumo de energia e o calor interno. O engenheiro explica que esse é o mesmo princípio de qualquer equipamento elétrico: “ quanto maior a potência demandada, maior a geração de calor ”.

É esperado que o celular fique morno durante o uso. “ Um leve aquecimento indica que os circuitos estão funcionando e dissipando energia ”, afirma Biagione. Fabricantes como Apple e Samsung confirmam que o calor é comum durante tarefas intensas, como jogos, streaming ou backup de dados.

O problema surge quando o calor é excessivo, a ponto de causar desconforto ou lentidão. Nesses casos, os sensores térmicos entram em ação e reduzem automaticamente o desempenho do processador, em um mecanismo conhecido como “ throttling térmico ”, para proteger o sistema.

O celular pode apresentar desligamentos inesperados, redução de brilho, lentidão repentina e mensagens de alerta como “ temperatura alta ”. Segundo o engenheiro, esses sinais mostram que o sistema está tentando evitar danos e devem ser levados a sério.

Se o aparelho esquentar mesmo em tarefas simples, descarregar rápido ou apresentar cheiro de queimado, o uso deve ser interrompido e o dono deve procurar uma assistência técnica.

Cuidados para evitar o calor excessivo

O especialista recomenda evitar a exposição direta ao sol, especialmente em locais fechados, como o painel do carro. A temperatura interna pode ultrapassar 50°C, muito além do limite seguro de operação.

No caso de iPhones, por exemplo, a temperatura comum fica entre 0°C a 35°C, segundo a Apple. Em condições incomuns, o aparelho pode desativar recursos como flash e câmeras e reduzir o desempenho do smartphone e o brilho da tela.

Durante o carregamento, o celular deve ficar sobre uma superfície ventilada e sem capinhas que impeçam a dissipação de calor. Capas muito espessas ou de materiais isolantes retêm o calor e elevam a temperatura do aparelho. A Samsung orienta retirar a capa se notar aquecimento durante o carregamento.

Também é importante fechar aplicativos em segundo plano e reduzir o brilho da tela. Se estiver jogando ou usando GPS, o ideal é desconectar o aparelho do carregador para diminuir o calor total gerado.

Carregadores e cabos fazem diferença

Biagione alerta que carregadores genéricos ou falsificados aumentam o risco de superaquecimento e incêndio. ” Em condições normais, o risco é mínimo, mas pode ocorrer em situações extremas, principalmente com baterias danificadas ou carregadores falsificados “, explica. 

A Comissão de Segurança de Produtos dos Estados Unidos (CPSC) já emitiu alertas sobre modelos que superaqueceram e provocaram acidentes. Esses produtos “podem fornecer tensão instável e gerar calor excessivo ”, esclarece o engenheiro.

Por isso, a recomendação é usar apenas carregadores e cabos originais ou certificados, que se comunicam eletronicamente com o aparelho para ajustar a corrente ideal. 

Como preservar a bateria e o desempenho

Para prolongar a vida útil da bateria, Biagione orienta não carregar o aparelho até 100% com frequência, o ideal é mantê-lo entre 20% e 80%. Ele também recomenda realizar atualizações de sistema, que costumam trazer melhorias na gestão térmica.

Usar o celular enquanto carrega é seguro, desde que com moderação. No entanto, jogar ou filmar durante o carregamento eleva o calor e pode reduzir a vida útil da bateria.

Outra dica é usar o modo de economia de energia em dias quentes ou durante o carregamento. O recurso reduz o uso do processador e a atividade em segundo plano, o que ajuda a controlar a temperatura.

Biagione Rangel de Araújo é engenheiro eletricista há cinco décadas, especialista em segurança elétrica e CEO da BRCLIGHTNING. Atuou como coordenador do Comitê de Segurança Elétrica da Petrobras no Rio Grande do Norte e no Ceará e é autor de artigos internacionais sobre proteção contra descargas atmosféricas.

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