08.10.2025 · 3:35 · Vereador Landmark
Durante audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (08) na Câmara Municipal, o vereador Landmark Rios (PT) cobrou da secretária municipal de Finanças, Márcia Hokama, mais investimentos para habitação popular, regularização fundiária e agricultura familiar em Campo Grande. O parlamentar destacou que o orçamento de quase R$ 7 bilhões apresentado para 2026 traz percentuais irrisórios nessas áreas, apesar da capital conviver com graves desigualdades sociais e uma crescente expansão de favelas e assentamentos.
“Campo Grande tem 57 favelas ou ocupações e destina apenas 0,54% do orçamento para habitação. Temos um cinturão verde com diversos assentamentos e agricultores familiares, mas o orçamento para essa área é zero. Zero para agricultura familiar em uma cidade com tamanha vocação produtiva é inadmissível”, afirmou o vereador.
“É preciso discutir que cidade queremos para os próximos quatro anos. Estamos falando de gente que precisa de casa, terra e oportunidade de produzir. Isso precisa estar refletido no orçamento público”, completou.
O parlamentar, que é vice-presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, também cobrou explicações sobre a falta de planejamento da prefeitura após a reforma administrativa, que extinguiu secretarias e fundiu pastas sob a promessa de reduzir despesas e otimizar recursos.
“Foi apresentado como a ‘salvação da pátria’, mas o que vemos é uma folha inchada e servidores sem reajuste. O orçamento segue no limite, e as áreas sociais continuam com poucos recursos”, criticou.
Secretária reconhece gargalos e cita parcerias
Em resposta, a secretária Márcia Hokama reconheceu que a prefeitura enfrenta restrições orçamentárias, mas garantiu que há esforços para ampliar parcerias com o Governo do Estado e o Governo Federal para retomar projetos habitacionais e apoiar a agricultura familiar.
“A habitação está dentro da nossa previsão em torno de R$ 37 milhões, e buscamos novas parcerias para ampliar investimentos. A cidade é onde tudo acontece, é aqui que o cidadão vive e cobra e, por isso, precisamos de mais financiamentos da União e do Estado”, afirmou Márcia.
“Também há projetos em andamento, como a entrega da Vila dos Idosos e um novo conjunto habitacional com apoio da Caixa Econômica Federal, além de programas voltados à agricultura familiar e hortas sociais”, completou.
A secretária explicou ainda que as ações voltadas ao urbanismo e à revitalização da área central estão sendo executadas de forma transversal entre secretarias, envolvendo a Planurb, Sisep e Semades, e que as pastas vêm adequando suas metas ao Plano Plurianual (PPA). Ela citou ainda que há recursos para a agricultura familiar que serão empregados conforme planejamento das pastas correlatas.
ORÇAMENTO
Os números apresentados pela Secretaria de Finanças estimam R$ 6,97 bilhões em receitas para o próximo ano, com 32,33% destinados à saúde e 23,48% à educação, enquanto áreas como habitação, agricultura familiar e cultura recebem fatias bem menores.
Para Landmark, o momento é de construir um orçamento com base na escuta popular. “Estamos levando o Orçamento Participativo para todas as regiões, ouvindo as pessoas nos bairros. O que a população quer é prioridade real, casa, trabalho e dignidade. O orçamento precisa nascer das ruas”, finalizou o vereador.
Texto: Renan Nucci
Foto: Pedro Roque