O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve anunciar até janeiro o nome que irá representar a direita na disputa presidencial de 2026. Segundo o o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), há apenas duas alternativas viáveis no radar: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). “Acredito que Bolsonaro já tenha escolhido um nome e só há duas opções reais”, afirmou Ciro.
Nos bastidores, Tarcísio tem repetido publicamente que buscará a reeleição em São Paulo, mas aliados relatam que ele já sinalizou, em conversas reservadas, que não poderia adiar uma eventual decisão presidencial além de janeiro.
A justificativa é estratégica: quanto antes o nome for oficializado, maior a margem para articulações políticas e menor o risco de desgaste por priorizar um projeto nacional em detrimento das entregas estaduais.
A pressão para antecipar o anúncio vem principalmente do Centrão, que deseja consolidar o nome da direita ainda em 2025.
A possibilidade de Bolsonaro sacramentar a escolha é bem-vista por lideranças do grupo, que enxergam em Tarcísio um perfil competitivo e alinhado ao ex-presidente.
No entanto, o movimento também trava a sucessão estadual em São Paulo, gerando um “efeito cascata” entre os pré-candidatos da direita — de Osasco à capital.
Enquanto isso, Bolsonaro tem sinalizado a interlocutores que prefere fazer o anúncio apenas em fevereiro de 2026, o que contraria os planos do Progressistas e fortalece a aproximação com Ratinho Jr.
O governador paranaense tem mantido diálogo com o Centrão e é visto como uma alternativa mais viável caso Tarcísio decida permanecer em São Paulo.
Parte dessas articulações foi antecipada pelo analista político da CNN, Pedro Venceslau, que revelou que Bolsonaro cogita adiar o anúncio e que o plano do PL prevê que Tarcísio siga concentrado em São Paulo até o ano que vem, focado em entregas e evitando críticas por priorizar o projeto nacional.
A definição, portanto, não é apenas sobre quem será o candidato da direita, mas também sobre o timing político e os impactos nas articulações estaduais.
Com o relógio correndo, aliados de Bolsonaro esperam que o anúncio ocorra até janeiro — prazo considerado limite para evitar ruídos e garantir uma campanha presidencial competitiva.
CNN/ML