terça-feira, 30 de setembro de 2025

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Conheça as estrelas dos games confirmadas na BGS 2025

Brasil Game Show

Convidados de peso na BGS 2025: Kojima, Hamaguchi e Shimomura

Em 2025, a Brasil Game Show (BGS)  confirma sua vocação como vitrine global do universo gamer e recebe três personalidades cujas contribuições atravessam estúdios, plataformas e gerações: Hideo Kojima, Naoki Hamaguchi e Yoko Shimomura.

Pensando na importãncia dessas personalidades do mundo dos games, apresentamos para você uma breve biografias de cada um, com foco em suas trajetórias, estilos e relevância para a indústria de jogos.

Hideo Kojima: o autor cênico dos videogames

Hideo Kojima  (nascido em 24 de agosto de 1963, em Tóquio) é um dos nomes mais reverenciados no mundo dos videogames, frequentemente tratado como um “auteur” ou seja, alguém cuja visão pessoal marca fortemente seus projetos.

Inícios e influências

Criado em Tóquio e depois em Kobe (quando tinha cerca de 3 anos), Kojima cresceu em um ambiente permeado por filmes: sua família assistia a filmes juntos quase que todas as noites, e ele desenvolveu desde cedo um olhar inspirado pela narrativa cinematográfica.

Quando tinha 13 anos, perdeu o pai, fato que Kojima citou em entrevistas como uma experiência que causou reflexões sobre solidão e mortalidade, temas que depois ressoariam em seus jogos.

Embora tivesse ambições iniciais voltadas ao cinema, em meados da década de 1980 ingressou na Konami como designer, um ponto de virada que redefiniu seu destino profissional. 

Carreira e legados

Seu primeiro projeto relevante foi Metal Gear (1987) para o MSX2, que inovou o gênero ao enfatizar furtividade sobre confronto direto. Esse título lançou as bases de toda a franquia Metal Gear, que se tornaria um dos pilares da sua fama.

Durante seu tempo na Konami, Kojima também trabalhou em jogos como Snatcher (1988) e Policenauts (1994), ambos com fortes traços de narrativa e estética cinematográfica. Em 2005, fundou a Kojima Productions enquanto ainda fazia parte da Konami, e em 2015 sua saída da empresa tornou o estúdio independente.

Depois da independência, lançamentos como Death Stranding (2019) e sua sequência Death Stranding 2: On the Beach (2025) reforçaram seu estilo autoral, ligado à reflexão sobre conectividade, esperança e vulnerabilidades humanas.

Em entrevistas recentes, ele tem afirmado que deseja continuar criando enquanto viver, mas com cuidado para não se desgastar com excessos.

Estilo e impacto

O estilo de Kojima é híbrido: une mecânicas de jogo, roteiros com enredos complexos e elementos metalinguísticos (quebras da “quarta parede”). Ele tem influência fortíssima no modo como muitos desenvolvedores entendem narrativa interativa, especialmente em jogos que tentam pensar além das mecânicas tradicionais.

Na BGS 2025, sua presença representa uma ponte entre o lado “artístico” e “industrial” dos jogos,  um nome que atrai atenção tanto de público gamer quanto da mídia que busca discutir jogos como forma cultural.

Naoki Hamaguchi: a força criativa por trás de Final Fantasy

Naoki Hamaguchi é figura essencial na nova geração de diretores japoneses de RPGs  (Role-Playing Game, ou Jogo de Interpretação de Papéis são um tipo de jogo colaborativo onde os jogadores assumem o papel de personagens em um cenário fictício, criando uma história juntos e reagindo a uma narrativa descrita por um mestre ou narrador).

Hamaguchi trabalha na Square Enix desde ao menos 2006 e assumiu papéis de liderança em projetos emblemáticos da franquia Final Fantasy.

Formação e início de carreira

Formado em 2003 pela HAL Nagoya College of Technology & Design, Hamaguchi entrou na indústria de jogos logo após a graduação. Ele foi inspirado, segundo fontes, a seguir carreira no desenvolvimento de jogos após jogar Final Fantasy VI.

Seu primeiro trabalho significativo foi como programador de efeitos visuais em Final Fantasy XII (2006). Em seguida, trabalhou na trilogia Final Fantasy XIII, contribuindo para a engine Crystal Tools e funções de corte de cena.

Ascensão ao posto de liderança

Posteriormente, Hamaguchi foi nomeado líder de projeto de Mobius Final Fantasy. Com o relançamento e reformulação de Final Fantasy VII Remake, ele assumiu responsabilidades crescentes: inicialmente como colaborador no desenvolvimento, depois como co-diretor e, mais recentemente, como diretor principal do projeto.

Em 2024, Hamaguchi dirigiu Final Fantasy VII Rebirth, consolidando seu papel como líder criativo da linha Remake. 

Além disso, sua ascensão mais recente foi reconhecida institucionalmente: ele foi promovido a executivo dentro da Square Enix, reforçando sua influência nos rumos da empresa.

Estilo e relevância

Hamaguchi é um exemplo da nova geração que equilibra aspectos técnicos e narrativos. Sua carreira de programador e envolvimento direto na execução de engine e cenas lhe confere um entendimento profundo de “o que é viável tecnicamente” e “o que emociona narrativamente”.

Em entrevistas, ele explica que frequentemente atua como ponte entre equipes de arte, direção e programação, calibrando expectativas entre ambições criativas e restrições técnicas. Sua experiência desde funções de base reforça sua autoridade em decisões de design mais “embaixo para cima”, ao invés de apenas conceituais.

Na BGS 2025, a presença de Hamaguchi vai oferecer ao público uma visão privilegiada de como grandes produções de RPG são coordenadas, especialmente em franquias que carregam tanto legado quanto expectativas dos fãs.

Yoko Shimomura: a mestra das trilhas emocionais

Se Hideo representa a narrativa e Hamaguchi a engenharia e direção, Yoko Shimomura encarna o domínio da música como elemento essencial dos videogames, capaz de dar corpo emocional aos mundos virtuais.

Origens e início musical

Nascida em 19 de outubro de 1967, na província de Hyōgo, no Japão, Shimomura demonstrou aptidão musical desde a infância, tendo começado aulas de piano por volta dos 4 ou 5 anos.  Ela se formou em piano no Osaka College of Music em 1988.

Logo após a formatura, em vez de seguir carreira como professora de piano (que era esperado por seus instrutores), ela viu nos videogames uma oportunidade para unir música e paixão pessoal. Enviou amostras de suas composições a empresas de jogos e foi contratada pela Capcom.

Carreira e repertório

Na Capcom (1988–1993), Shimomura trabalhou em jogos como Final Fight, Street Fighter II e The King of Dragons. Em 1993, ela se juntou à Square (atual Square Enix), onde compôs para Live A Live, Super Mario RPG, Legend of Mana e Parasite Eve, entre outros.

No início dos anos 2000, Shimomura tornou-se freelancer (em torno de 2002/2003) e continuou colaborando com a Square Enix e outros estúdios. Dentre seus trabalhos mais reconhecidos nos últimos anos estão, naturalmente, a trilha sonora da série Kingdom Hearts, que consolidou seu nome entre os grandes compositores de jogos.

Em 2025, ela foi agraciada com o BAFTA Fellowship (primeiro prêmio da instituição para uma compositora de videogames), e também sua entrada ao mais alto reconhecimento da cultura de jogos.

Estilo e legado

Shimomura é conhecida pela versatilidade estilística: seu repertório atravessa música clássica, rock, eletrônico, ambient, jazz, temas orquestrais e até arranjos pop, por vezes dentro da mesma trilha sonora. Ela afirma que compõe a partir de estímulos emocionais, uma paisagem bonita, uma memória, buscando “uma mensagem sutil” que o jogador possa completar com sua própria imaginação.

Seu trabalho ajuda a demonstrar que a música de videogame deixou de ser mera ambientação técnica e virou componente narrativo central, capaz de elevar um momento de gameplay a uma experiência memorável.

Na BGS 2025, ouvir Yoko contar histórias sobre suas composições, como ela harmoniza limitações técnicas, temas emocionais e legado de franquias, será uma oportunidade rara para entender o entrelaçamento entre som e experiência de jogo.

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