As fronteiras sempre despertaram fascínio. Elas não são apenas linhas no mapa: podem ser símbolos de guerra , paz, convivência, separação ou até mesmo curiosidades geográficas que desafiam a lógica.
Algumas fronteiras do planeta estão em áreas inóspitas, como glaciares a milhares de metros de altitude. Outras atravessam bibliotecas, casas e até ilhas minúsculas no meio do oceano. Em um mundo globalizado, entender onde começam e terminam territórios é também compreender relações históricas, disputas políticas e conexões culturais que moldaram países.
Neste ranking, reunimos as fronteiras mais incríveis, desafiadoras e curiosas do mundo.
Zona Desmilitarizada entre Coreia do Norte e Coreia do Sul
Considerada uma das áreas mais tensas do planeta, a DMZ é uma faixa de cerca de 250 km que separa as Coreias desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953. Apesar do nome, a região é fortemente vigiada, com minas terrestres, cercas e torres de observação. O local se tornou até ponto turístico controlado, onde visitantes podem observar de perto o contraste entre dois regimes completamente diferentes.
Siachen: o “campo de batalha mais alto do mundo” (Índia–Paquistão)
Localizado na Cordilheira do Karakoram, o glaciar de Siachen é disputado por Índia e Paquistão desde os anos 1980. Tropas permanecem em postos a mais de 6.000 metros de altitude, enfrentando temperaturas que chegam a –50°C. Mais soldados morreram por avalanches e frio extremo do que em combates, o que faz de Siachen uma das fronteiras mais desafiadoras da Terra.
Fronteira EUA–México (do urbano ao deserto)
Com quase 3.200 km de extensão, a fronteira entre EUA e México atravessa cidades densamente povoadas, desertos e rios. É uma das mais midiáticas do mundo, marcada por debates sobre imigração, tráfico de drogas e a construção de barreiras físicas. Ao mesmo tempo, é também espaço de intensa troca cultural e econômica.
Baarle-Hertog / Baarle-Nassau (Bélgica/Países Baixos)
Esse município é um quebra-cabeça geográfico. Baarle-Hertog, pertencente à Bélgica, é formado por 22 pequenos enclaves dentro do território holandês, que por sua vez também contém pequenos contra-enclaves da Holanda dentro da Bélgica. O resultado são ruas, lojas e até casas cortadas por fronteiras, onde a nacionalidade pode mudar de acordo com a porta de entrada da residência.
Haskell Free Library & Opera House (EUA–Canadá)
Construída em 1904, a Haskell Free Library é única: o prédio foi erguido propositalmente sobre a fronteira. A linha divisória passa pelo meio da sala de leitura e do teatro, de forma que os frequentadores podem estar nos EUA e no Canadá ao mesmo tempo. Além de curiosidade, tornou-se símbolo de cooperação cultural.
Madha / Nahwa (Oman / Emirados Árabes Unidos)
Um exemplo fascinante de enclave dentro de enclave. Madha é território de Oman situado dentro dos Emirados Árabes Unidos. No entanto, dentro de Madha existe Nahwa, que pertence aos Emirados. Esse arranjo inusitado é resultado de decisões políticas locais no século XX e é um dos exemplos mais complexos de fronteira do planeta.
Märket — a ilhota dividida entre Finlândia e Suécia
A pequena ilha Märket, no Mar de Åland, é habitada apenas por focas e aves marinhas, mas guarda uma peculiaridade: a fronteira entre Finlândia e Suécia foi traçada em zigue-zague, para corrigir um erro após a construção de um farol no lado “errado” do território. Essa solução transformou Märket em uma das fronteiras mais curiosas da Europa.
Ilhas Diomede — EUA vs Rússia (entre fusos horários)
Separadas por apenas 3,8 km no Estreito de Bering, as Ilhas Diomede pertencem a países diferentes: a Pequena Diomede aos EUA e a Grande Diomede à Rússia. Entre elas passa a Linha Internacional de Data, o que significa que, apesar da proximidade, há quase 24 horas de diferença entre os dois lados. É como olhar para “o futuro” de uma ilha à outra.
Ceuta e Melilla — Espanha na África
As cidades autônomas espanholas de Ceuta e Melilla, localizadas no norte da África, são as únicas fronteiras terrestres da União Europeia no continente africano. Fortemente vigiadas, essas passagens se tornaram pontos de entrada de migrantes em busca de acesso à Europa, além de palco de tensões entre Espanha e Marrocos.