sábado, 13 de setembro de 2025

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Conheça 25 rotundas que marcaram a história das ferrovias no país

As rotundas
marcaram o transporte brasileiro
entre o fim do século XIX e o início do século XX. Serviam para estacionar
e manobrar
 as composições. Hoje, parte delas está em ruínas, e poucas seguem preservadas como patrimônio histórico e cultural (veja fotos no final desta reportagem).

“A função da rotunda era estacionar a locomotiva para manutenção. Geralmente eram os próprios maquinistas ou foguistas que faziam esse trabalho, e muitos relatam o carinho que tinham pelas máquinas”
.

A afirmação vem do Doutor em História, Marco Henrique Zambello, em entrevista ao iG Turismo.
.

A rotunda, além de ser uma beleza arquitetônica do período industrial, conta a história dos trabalhadores que faziam a manutenção das locomotivas
”, explicou.

De 90 a 360 graus

As rotundas eram comuns em regiões com grande fluxo ferroviário, importadas dos modelos utilizados nos Estados Unidos e na Europa. 

Elas foram construídas em 90, 180, 270 ou 360 graus. 

Minas Gerais
concentra exemplares de destaque, como de São João del-Rei,
local de atração de turistas,
como mostrou o colunista Celso Martins
, do iG Turismo. 

O formato desta estrutura é em 360 graus.

Outra rotunda conhecida em Minas Gerais
fica em Ribeirão Vermelho
, no mesmo formato.

A de Campinas, no interior paulista, é no formato de meia-lua: 180 graus.

Patrimônio x abandono

Zambello afirma que as rotundas faziam parte de um pacote arquitetônico
oferecido por indústrias ferroviárias no século XIX.

Elas eram um elemento de exibição da modernidade em um ambiente rural. Não é à toa que as estações eram chamadas de catedrais do século XIX
”, afirmou.

Com a modernização, várias estruturas desapareceram. Belo Horizonte (MG) e Campinas perderam rotundas históricas, preservadas apenas em registros fotográficos e na memória de ex-ferroviários.

Quem deveria cuidar desses patrimônios é o município. A memória ferroviária faz parte da história da cidade e precisa ser preservada
”, disse.

Ele acrescentou que em países europeus a população participa ativamente da preservação, garantindo a vitalidade dos museus ferroviários.

O abandono, segundo ele, também está ligado à falta de prioridade política.

Se a gente esperar do poder público, vamos perder muito. É raro encontrar governos comprometidos com a memória e o patrimônio
”, avaliou.

Apesar disso, algumas cidades valorizam a herança ferroviária, ou pelo menos estão em busca de reviver esse passado.

Em Porto Velho, por exemplo,  a rotunda integra o complexo em que a  Maria Fumaça vai ser restaurada

É a história de maquinistas, chefes de estação e trabalhadores que transportaram pessoas e riquezas. Preservar esses espaços é preservar a memória das cidades e de quem as construiu
”, concluiu.

O iG Turismo
separou 25 rotundas que marcaram a história do Brasil e que estão espalhadas pelo país. Algumas seguem firmes, enquanto outras somente nas memórias. Veja a seguir:

turismo.ig.com.br

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