terça-feira, 9 de setembro de 2025

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Ayo Edebiri é ignorada em entrevista e web aponta racismo

Ayo Edebiri, atriz da série ” O Urso “, foi ignorada por uma jornalista durante entrevista no Festival de Veneza e decidiu responder mesmo assim. O episódio ocorreu em uma conversa sobre movimentos sociais que incluía  Julia Roberts e Andrew Garfield. O vídeo repercutiu nas redes sociais e gerou acusações de racismo contra a repórter.

O caso aconteceu durante a divulgação do filme ” Depois da Caçada “. A jornalista italiana Federica Polidoro, do canal ArtsLife TV , perguntou apenas aos atores brancos sobre os movimentos MeToo e Black Lives Matter . A cena foi transmitida integralmente pelo programa, que mostrou a reação de surpresa do elenco.

Julia Roberts chegou a pedir para que a pergunta fosse repetida, confirmando que não estava direcionada a Edebiri. Garfield, visivelmente incomodado, olhou para a colega, sugerindo que ela deveria participar da resposta.

A atriz, então, interveio de forma firme. “ Eu sei que isso não é para mim, e não sei se é de propósito que não seja para mim… [mas] eu não acho que [esses movimentos] acabaram. Eu não acho que acabou de forma alguma ”, declarou.

Edebiri seguiu defendendo a continuidade das lutas sociais. “ Talvez as hashtags não sejam usadas com tanta frequência, mas há ativistas e pessoas trabalhando todos os dias em coisas realmente importantes… esse trabalho está longe de terminar .”

Julia Roberts e Andrew Garfield apoiaram a colega e explicaram a importância dos movimentos. A postura de Edebiri foi elogiada na internet, enquanto usuários apontaram racismo na conduta da jornalista.

Diante da repercussão, Federica Polidoro publicou nota alegando mal-entendido. Ela atribuiu a polêmica a barreiras de idioma e afirmou nunca ter agido de forma racista.

Na defesa, a repórter disse que já entrevistou pessoas de diferentes origens e ressaltou que “ os verdadeiros racistas são aqueles que veem racismo em tudo ”. Polidoro afirmou ainda que considera ataques virtuais uma tentativa de censura ao jornalismo e prometeu buscar proteção legal contra os ataques recebidos.

Leia a nota da jornalista na íntegra

“Após uma entrevista, fui alvo de insultos e ataques pessoais por causa de uma pergunta que, por algum motivo, não foi bem recebida por parte do público. Acho impressionante que aqueles que injustamente me acusam de racismo e se consideram guardiões da justiça considerem aceitável o uso de linguagem violenta, ataques pessoais e cyberbullying.

Gostaria de esclarecer que, em vez de se concentrarem nas respostas ponderadas de Ayo Edebiri, Julia Roberts e Andrew Garfield, a discussão gira apenas em torno de como eu deveria ter formulado a pergunta.

Todas as contribuições dos presentes foram publicadas integralmente na entrevista divulgada, sem omissões.

Até o momento, não tenho conhecimento de nenhum protocolo que dite a ordem em que as perguntas devem ser feitas em uma entrevista. Censurar ou deslegitimar questões consideradas “desconfortáveis” não faz parte da prática democrática. Apenas a Associação de Jornalistas é autorizada a avaliar o trabalho de profissionais da área, não os tribunais das redes sociais.

Aos que injustamente me acusam de racismo, gostaria de esclarecer que, no meu trabalho, já entrevistei pessoas de todas as origens e etnias, e minha própria família é multiétnica, matriarcal e feminista, com uma significativa história de imigração. Colaborei por mais de vinte anos com inúmeras publicações nacionais e internacionais de todas as orientações políticas, sempre conduzindo meu trabalho com abertura e rigor profissional. Na minha visão, os verdadeiros racistas são aqueles que veem racismo em tudo e buscam silenciar o jornalismo, limitando a liberdade de análise, o pensamento crítico e a pluralidade de perspectivas.

O papel do jornalismo é fazer perguntas, mesmo sobre temas delicados, com respeito e responsabilidade. Não tolerarei nem aceitarei linguagem difamatória ou violenta e reservo-me o direito de buscar proteção legal contra aqueles que, nos últimos dias, escolheram se esconder atrás da multidão digital para me insultar e atacar, em vez de buscar uma discussão civil e construtiva”.

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