02.09.2025 · 9:38 · Vereador Landmark
O vereador Landmark Rios (PT) iniciou, na segunda-feira (01), uma série de fiscalizações em unidades de saúde de Campo Grande a partir de denúncias recebidas em seu gabinete. O objetivo foi verificar as condições de trabalho dos servidores e a qualidade do atendimento à população.
Segundo ele, o que se viu no local foi uma situação crítica, com falta generalizada de medicamentos e problemas de infraestrutura que comprometem o serviço público. Em conversa com moradores e servidores na UBS (Unidade Básica de Saúde) Dr. Astrogildo Carmona, na Vila Carlota, o vereador constatou que a unidade enfrenta uma falta de 37 tipos de medicamentos essenciais.
Além disso, a unidade está com o compressor de ar recém-consertado, mas o serviço não pode ser utilizado por falta de um profissional para atender à demanda. A situação mais grave, no entanto, é a da câmara fria, que está quebrada há mais de um ano, obrigando a equipe a usar caixas térmicas e a devolver as vacinas no final de semana, o que gera prejuízo e dificulta as campanhas de vacinação.
A fiscalização também se estendeu à USF (Unidade de Saúde da Família) Dr. Antônio Pereira, no Tiradentes, onde a equipe encontrou uma situação de precariedade. O vereador confirmou a falta de medicamentos básicos, como corticoides, e a ausência de equipamentos essenciais como o sonar para exames pré-natal. Em um relato preocupante, os servidores afirmaram que precisam usar seus próprios equipamentos para aferir a pressão dos pacientes.
Faltam medicamentos
As denúncias não se restringem a poucas unidades. Segundo o vereador, a falta de medicamentos é um problema em toda a rede municipal de saúde (SESAU), atingindo diversos tipos de remédios.
A lista de faltas inclui medicamentos de uso comum, como Aciclovir (antiviral), Alendronato de Sódio (osteoporose), Carvedilol (pressão arterial), Complexo B, Dexametasona (colírio) e Varfarina Sódica (anticoagulante).
A crise também atinge os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), onde há um desabastecimento generalizado de medicamentos controlados. A lista inclui remédios vitais para o tratamento de depressão, ansiedade, transtornos psiquiátricos e bipolaridade.
Faltam medicamentos como Amitriptilina, Carbonato de Lítio, Diazepam e Levomepromazina. A situação do Depakene, usado para convulsões e transtorno bipolar, é a mais alarmante. O vereador foi informado que a prefeitura tem adquirido apenas 1.000 comprimidos do remédio, uma quantidade que dura menos de duas horas nos Caps (Centros de Atenção Psico Social), comprometendo seriamente o tratamento dos pacientes.
“Essa série de fiscalizações mostra a realidade que a população e os servidores enfrentam diariamente. O que vemos é a saúde de Campo Grande em estado de urgência. Nosso mandato está comprometido em cobrar soluções imediatas da Prefeitura para que o dinheiro público seja usado com responsabilidade, garantindo condições de trabalho dignas para quem cuida da gente e, principalmente, um atendimento de qualidade para toda a população”, afirmou o vereador.
O vereador protocolou ofícios junto à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e ao Gabinete da Prefeita Adriane Lopes, cobrando explicações, uma vez que conforme dados do Ministério da Saúde, de janeiro a agosto de 2025, foram encaminhados mais de R$ 428 milhões em recursos do Governo Federal ao município de Campo Grande.
Renan Nucci
Assessoria de Imprensa do Vereador